Por Olívia Coutinho
O evangelho que a liturgia de hoje coloca diante nós, começa dizendo que Jesus retirou-se juntamente com os seus discípulos para a região de Tiro e Sidônia. Provavelmente, Jesus estava necessitado de um pouco de privacidade e além do mais, a pressão constante de seus opositores era muito desgastante, afinal, Jesus era humano, como nós, ele também necessitava, vez por outra, de de um refugio. Como vemos no texto, Jesus entrou numa casa e não queria que ninguém soubesse que Ele estava ali, mas a fé, de uma mulher cananeia, o encontrou. Certamente, ela já tinha ouvido falar de Jesus, do contrário, ela não teria tanta convicção de que Jesus poderia libertar a sua filha de um mal terrível que tanto a atormentava. Com muita humildade, aquela mulher pagã, se joga aos pés de Jesus e pede insistentemente para que Ele libertasse sua filha do mal que se apossava dela. “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-los aos cachorrinhos.” Esta resposta de Jesus, dirigida a uma mãe tomada pelo o sofrimento, à princípio, pode soar como duras demais, mas se aprofundarmos um pouco mais no contexto, vamos perceber que a intensão de Jesus, não era de humilhá-la e sim, de provocá-la no sentido de arrancar dela, um testemunho de fé. Testemunho este, que certamente mudaria a mentalidade dos discípulos que insistiam na exclusão dos estrangeiros. (pagãos) “É verdade Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa dos seus donos.” Este belíssimo testemunho de fé, encantou Jesus e serviu de lição para os discípulos que discriminavam aquele povo. Ao colocar um aparente obstáculo, mediante ao pedido de uma mãe aflita, Jesus arrancou dela um testemunho de fé, mostrando não somente aos discípulos, como também a nós, que a fé não tem fronteiras e que a salvação trazida por Jesus, não é privilégio de alguns, a misericórdia de Deus é para todos. Assim como Deus ama quem responde e quem não responde ao seu amor, a nossa fé, quando verdadeira, não deve diminuir mediante a uma aparente negativa de Jesus. Quando Jesus demora em nos atender, não desistamos, insistamos, pois, pode ser, que Ele esteja apenas nos provocando, querendo arrancar de nós, um testemunho de fé, como arrancou daquela mulher pagã. Um testemunho de fé, vale muito mais do que muitas palavras, é capaz de mudar mentalidades, de transformar vidas… Deste episódio, fica para nós, um grande ensinamento: precisamos ter uma fé consistente e “insistente” Façamos como a mulher cananeia, não desistamos ao primeiro obstáculo, a promessa é de Jesus: “batei e a porta vos abrirá, buscai e achareis.” Quem vive a fé, sente ampliar o seu horizonte mesmo em dias nublados, pois acredita que as tempestades passam, que dias melhores virão… Quem alimenta sua fé, enxerga longe, acredita em novas possibilidades pois carrega consigo a certeza de que em Jesus, está o seu porto seguro! Sozinhos, somos frágeis, com Jesus, somos fortes, imbatíveis! Meu irmão e minha irmã: alimentemos pois, a nossa fé, através da oração, do aprofundamento da palavra de Deus, da Eucaristia… A fé é a força que nos move, a raiz que nos mantém de pé nos vendavais da vida…
Que Deus abençoe a todos!
Fiquem na paz de Jesus!
Reflexão de Olivia Coutinho.