Por Olívia Coutinho
O evangelho proposto para a nossa reflexão no dia de hoje, relata o episódio em que Jesus e seus discípulos estavam passando por uns campos de trigo num dia de sábado, quando os seus discípulos começam a colherem algumas espigas para comer, o que serviu de pretextos para que os fariseus, questionassem Jesus sobre a violação do sábado.
A resposta de Jesus destaca a sua autoridade sobre o sábado, indicando que o sábado foi feito para o homem e não, o homem para o sábado.
Embora conhecedores das Escrituras, os fariseus, na prática, estavam bem distantes do amor propagado por Jesus. As autoridades religiosas do tempo de Jesus, não tinham compromisso com a vida, elas viviam colocando fardos pesados nos ombros das pessoas, leis, rituais que deveriam serem observados com rigor, como o Jejum, os ritos de purificação, a observância do sábado e tantos outros preceitos que eles mesmos haviam criado como instrumento de opressão.
Vemos no texto, que estes fariseus queriam pegar Jesus num casuísmo legal, mas como os discípulos estavam apanhando espigas de trigo para saciar a fome, eles não puderam atribuir o fato como roubo. Determinados a escandalizar Jesus, eles procuraram outra forma de incriminá-lo, alegando que os seus discípulos estavam infligindo às leis que proibiam o trabalho em dia de sábado, desconsiderando assim, a necessidade da sobrevivência deles.
Ao ser criticado pelos os Fariseus, em nome da Sagrada escritura, Jesus responde tais críticas, se baseando na própria escritura: “Por acaso nunca lestes nas escrituras o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome?…”Mc 2,25-26
Ainda hoje, presenciamos situações como estas vividas por Jesus, na realidade, o legalismo é um instrumento de alienação e opressão, que tem como objetivo desviar a atenção do povo, cegá-lo quanto aos seus direitos . Enquanto o povo se ocupa com pormenores, isto é: na observância exagerada de tantas normas, seus líderes sentem-se livres para manipulá-los.
Para Deus, as leis de organização social e religiosas, só tem sentido se elas forem elaboradas em favor da vida e Jesus veio para libertar e fazer desabrochar a vida! Em todos os seus ensinamentos, Jesus sempre deixava claro que a vida tem que estar em primeiro lugar, acima de tudo, de toda e qualquer lei.
O texto mostra-nos claramente, a inconveniência da observância exagerada de normas. Focadas nestes pormenores, muitas pessoas, ao invés de intimidade, passam a ter medo de Deus, de um suposto castigo devido a alguma falta. E assim, muitos, vão deixando de viver uma relação amorosa de filho com o Pai.
É do nosso conhecimento, de que muitos líderes religiosos, os fariseus de hoje, apresentam ao povo, um falso deus, alimentando nas pessoas mais simples, o moralismo, a radicalidade religiosa, passando-lhes a imagem de um Deus vingativo, de um Deus que castiga, que está sempre na espreita, pronto para pegá-las em algum deslize. Quando na verdade, o Deus verdadeiro não é assim, o nosso Deus é Pai e como Pai, Ele só quer nos amar e nunca nos castigar!
Meu irmão e minha irmã: Como mensageiros da Boa Nova do Reino de Deus, falemos mais de Deus do que do diabo, mais da graça do que do pecado.
Não é pelo o medo, que vamos levar alguém à conversão…
Lembremos: Jesus nunca nos impôs nada, Ele só nos propôs.
Foi apanhando espigas de trigo em dia de sábado, para matar a fome, que os discípulos, apoiados por Jesus, começaram a abrir caminho para uma nova mentalidade, uma mentalidade que coloca a vida, acima de toda e qualquer lei…
QUE DEUS OS ABENÇOE!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho