Por Olívia Coutinho
Neste tempo Quaresmal, somos convidados a percorrer o mesmo caminho que Jesus percorreu, sem o temor da cruz. Sabemos que neste percurso, não estaremos isentos da cruz, mas sabemos também, que com Jesus não precisaremos temê-la, pois Ele, nos ajudará a carrega-la.
O evangelho proposto para a nossa reflexão no dia de hoje, começa com um profundo desabafo de Jesus, diante de um povo que o rejeitou, que não o aceitou como o enviado de Deus: seus próprios conterrâneos. “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.”
Em Nazaré, Jesus experimentou a dor da rejeição, rejeição daqueles que deveriam ser os primeiros a acolhe-lo por serem os seus compatriotas…
“E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José? E ele lhes disse: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.” Lc4,22-23. Como vimos, à princípio, muitos, ficaram encantados com as palavras que saiam da boca de Jesus, mas esse encantamento, caiu por terra, assim que a identidade do Messias começou a se revelar na sua pessoa. Avaliando Jesus, pela sua condição social, eles se recusaram a aprofundar no mistério do amor de Deus, ficando somente no superficial, o mais importante, eles não foram capazes de perceber: o Rosto humano do Pai, se revelando no filho de um carpinteiro! Os habitantes de Nazaré, esperavam por um Messias, mas um por Messias extraordinário, que lhes fosse favorável em suas questões pessoais, por esta razão, eles rejeitaram Jesus, não quiseram aceitar um Messias na condição de servo, alguém que tinha o olhar voltado para os pequenos… Os habitantes de Nazaré, tiveram nas mãos, a chave da felicidade, mas não se deram conta de tal preciosidade, desperdiçando assim, a graça de Deus. Em Nazaré, Jesus não pode realizar muitos milagres, fez apenas algumas curas, não, por represálias, mas pela falta de fé daquele povo…
Será que nós também, não estamos tendo atitudes semelhantes as atitudes do povo de Nazaré? Será que estamos aceitando o recado de Deus, que chega até a nós, através das pessoas simples? Temos a tendência de confiar somente nas palavras das pessoas que intitulamos como “grandes” com isso, deixamos escapar as mensagens que Deus quer nos passar através dos pequenos, esquecendo, de que Jesus, o Mestre de todos os mestres, serviu-se de meios humanos bem simples para anunciar a grandeza do reino de Deus!
Como vemos, o caminho do profeta, é um caminho marcado pela perseguição e pela rejeição. Jesus, o profeta maior de todos os tempos, passou por esta experiência, Ele foi perseguido, rejeitado, até mesmo pelos seus conterrâneos. A cruz é certeira no caminho do profeta, pois muitos irão tentar calar a sua voz, o que não conseguirão, pois nem mesmo a morte, silencia um profeta, podem tirar-lhe a vida, mas não conseguirão tirar a força de suas palavras, palavras, que continuarão vivas no mundo, mesmo depois de sua morte.
Para a nossa felicidade, a rejeição à Jesus, não interrompeu o anúncio do Reino, anuncio, que continua se espalhando mundo afora, através dos incansáveis profetas de hoje: homens e mulheres que se embrenham pelo caminho da cruz, dispostos, assim como Jesus, a dar a vida, se preciso for, pela causa do Reino…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho