Por Olívia Coutinho
Jesus estava sempre cercado por numerosas multidões! O povo gostava de ouvi-lo, pois Jesus tinha palavras que devolvia a esperança aos desesperançados, que consolava os aflitos, que libertava os cativos. Mas se por um lado, Jesus gostava de ser alento para aquele povo, Ele sabia também, que não poderia se prender ali, afinal, a sua mensagem precisaria chegar a outros povos.
Jesus tinha muitos discípulos, e como não seria possível instruir uma multidão, Ele decidiu formar um pequeno grupo o qual, Ele poderia dedicar-se mais de perto na formação destes que mais tarde, iriam propagar a sua mensagem, ou seja, iriam dar testemunho Dele no mundo. Evidentemente, um grupo pequeno, participando diretamente do cotidiano de Jesus, teria muito mais condições de absorver os seus ensinamentos, do que uma multidão.
Depois de buscar discernimento no Pai, Jesus faz a escolha dos doze discípulos, formando assim, uma pequena comunidade, o embrião da sua Igreja. Preparados por Jesus, esses discípulos, foram enviados para fazer as vezes Dele, junto a outros povos. No evangelho desta Quinta-Feira da 4º Semana do Tempo Comum, vemos como foi este envio. No ato do envio, Jesus passa para o grupo, instruções fundamentais, para que a missão deles pudesse produzir frutos: enviando-os de dois a dois, Jesus ressalta a importância da missão realizada em comunidade, dois a dois, representa uma comunidade, além de aumentar a credibilidade do testemunho, contribui para o encorajamento, pois um, estará sendo sempre animando o outro…
“Não leveis nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que eles andassem de sandálias, que não levassem duas túnicas.”
Não levar nada pelo caminho, significa que o enviado do Senhor, deve estar desimpedido, totalmente livre para o serviço. Andar de Sandálias, ressalta a importância da humildade, lembrando ao missionário, que ele deve se colocar na condição de servo…
Jesus os recomenda ainda: “Quando entrares numa casa ficai ali até vossa partida.” Com esta recomendação, Jesus enfatiza a importância do testemunho. A eficácia da evangelização está mais no testemunho do que nas palavras. Um tempo maior, que o missionário dedicar na evangelização de uma só família, o possibilitará, falar de Jesus não somente com palavras, mas principalmente com o seu testemunho de vida, de uma vida coerente com o que ele prega. E assim, esta família bem evangelizada, passará a ser evangelizadora com o seu testemunho de vida.
Para dar continuidade a missão de Jesus, o missionário precisa experimentar a pobreza total, esvaziar de si mesmo para encher-se da graça de Deus, confiante na providência Divina.
Todas essas orientações passadas por Jesus, deixam os discípulos numa situação de total dependência de Deus e é justamente nesta dependência, que o discípulo missionário torna forte, afinal, é Deus quem vai agir no mundo, através dele…
A todo instante, somos chamados a sermos discípulos missionários do Senhor!
A motivação do discípulo missionário, vem da certeza, de que ao levar ao outro, o anuncio do Reino, ele estará contribuindo para com o crescimento do Reino de Deus, já, que muitos vão aderir a este Reino…
Para sermos mensageiros da Boa Nova do Reino de Deus, não precisamos de nenhuma formação acadêmica, o que precisamos mesmo, é de ter um coração largo para amar e a disposição em servir! E para desempenharmos bem a nossa missão, precisamos primeiramente, nos libertar de todos os nossos apegos, só assim, estaremos livres para servir.
Ser um missionário do Senhor, é a melhor resposta de amor, que podemos dar a quem nos amou primeiro…