O Evangelho de hoje, nos apresenta um cenário impactante: o rei Herodes, ao ouvir falar de Jesus, fica inquieto, pois seu nome se tornara muito conhecido. Surgem diversas opiniões sobre quem poderia ser Jesus, e Herodes, atormentado pela própria consciência, declara: “É João Batista, a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou”.
O texto narra, com detalhes, os motivos e as circunstâncias do martírio de João Batista, um episódio cruel, mas que nos traz o testemunho de alguém que não hesitou em ir até as últimas consequências em nome da verdade. João foi morto porque teve a coragem de denunciar Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão”. Suas palavras foram um incômodo para o rei, mas, sobretudo, para Herodíades, que, movida pelo o ódio, tramou sua vingança sem escrúpulos, chegando ao ponto de envolver sua própria filha como cúmplice naquele bárbaro assassinato.
Herodes nutria um certo respeito por João, mas não teve firmeza para resistir à pressão e ao desejo de vingança de sua mulher. Diante da insistência de Herodíades, ele cedeu ao mal e mandou decapitar o profeta. Seu problema não era com a pessoa de João Batista, mas com a verdade que ele pregava.
A verdade incomoda aqueles que escolhem viver na mentira. E como não se pode eliminá-la, tenta-se calar quem a proclama. Mas essa é uma tentativa inútil: os profetas podem morrer, mas suas palavras permanecem vivas de geração em geração. Assim como a voz de João Batista não foi apagada, também as vozes dos profetas de hoje continuam ecoando, apesar das perseguições e injustiças que sofrem.
As injustiças e perseguições sofridas pelos profetas de ontem continuam sendo praticadas contra os profetas de hoje; o que muda é apenas o contexto e a forma de perseguição. Não nos esqueçamos: a diferença entre matar e deixar morrer é muito pequena.
Os “Herodes” de hoje, continuam por aí, prontos para agir sempre que se sentirem incomodados. Eles não suportam ouvir a verdade porque vivem mergulhados na mentira. E nós, como seguidores do Senhor da Verdade, não podemos compactuar com tantas mentiras por medo das perseguições. Devemos ter coragem para denunciar as injustiças que desfila diante de nós. E se formos perseguidos por isso, não nos entristeçamos, mas nos consolemos com a bem-aventurança: “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,10).
Muitos de nós temos consciência da importância do seguimento a Jesus, mas a dificuldade em viver esse seguimento com radicalidade nos faz hesitar. Às vezes, damos passos neste seguimento, mas nos acovardamos diante as críticas que recebemos. O nosso modo de viver contraria os padrões estabelecidos pela sociedade. O mundo ridiculariza aqueles que fundamentam sua vida nos valores do Evangelho e impõe modelos que se afastam da verdade. Os que resistem a essa imposição são descartados e, muitas vezes perseguidos.
Tudo isso acontece desde o tempo de Jesus, tanto João Batista quanto o próprio Jesus, sofreram terríveis perseguições por abraçar o projeto de Deus. Mas, em vez de se acovardarem, eles preferiram enfrentar a morte a ceder às forças contrárias ao Evangelho…
QUE DEUS O ABENÇO!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho
MENSAGEM DO DIA > “HERODES TINHA MANDADO PRENDER JOÃO, E ACORRENTÁ-LO NA PRISÃO.”
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