Por Olívia Coutinho
Em uma sociedade preconceituosa, muitos são excluídos do convívio social. São pessoas que estão sobre a terra, mas que se sentem soterradas pelo nosso preconceito…
Ao contrário de nós, Deus não desiste daqueles que se extraviam do caminho, pois para Ele não existe caminho sem volta, nem ponto final para uma história de amor.
No Evangelho de hoje, Jesus, por meio de duas parábolas, nos convida a sermos misericordiosos com aqueles que se enveredaram por caminhos contrários, mas que desejam voltar.
Que possamos acolher esses irmãos e nos alegrar com seu retorno à vida. O que não significa concordar com seus erros, mas sim, acreditar que uma pessoa criada à imagem e semelhança de Deus pode mudar de vida.
O ponto central do Evangelho, é destacar a grandiosidade do coração do Pai, um coração misericordioso que vê a pessoa em sua essência e não o seu pecado.
O texto começa mencionando que os fariseus e doutores da lei criticaram Jesus por Ele acolher pecadores, como se eles próprios não fossem também pecadores. Jesus responde a essas críticas com duas parábolas, que podemos chamar de gêmeas, pois ambas expressam alegria — a alegria de quem encontra uma preciosidade que havia sido perdida.
A parábola da ovelha perdida fala da alegria do pastor ao encontrar a ovelha que se extraviou do rebanho, simbolizando a alegria do Pai ao receber um filho de volta! É interessante perceber: o pastor não ficou esperando pelo retorno da ovelha perdida; ele foi ao seu encontro. Assim como a primeira, a segunda parábola nos fala também de alegria — a alegria de uma mulher ao encontrar algo que havia perdido e que era de vital importância para ela: uma moeda de prata que lhe garantiria o seu sustento por algum tempo.
Olhando para dentro de nós, perguntemo-nos: será que estamos agindo como os fariseus e mestres da lei, que, em vez de nos tornarmos ponte para resgatar o irmão que se perdeu, estamos contribuindo para que ele se perca ainda mais com nossa indiferença e preconceito?
É bom nos conscientizarmos: muitos, só valorizam a Luz depois de passarem pelas trevas…
Tenhamos um coração misericordioso como o coração do Pai, um coração generoso para amar e acolher aqueles que erraram, mas que desejam retornar à vida!
O amor tem uma força irresistível; é caminho que traz de volta quem se dispersou. Sejamos, portanto, a força desse amor na vida do outro, pois é sendo amada que uma pessoa aprende a amar.
A misericórdia de Deus nos pede misericórdia: atendamos a este pedido de Jesus: “Sede misericordiosos como vosso Pai Celeste é misericordioso.” (Lc 6,36).
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS
FIQUEM NA PAZ DE JESUS
Reflexão de Olivia Coutinho