Por Olívia Coutinho
Estamos na última semana da Quaresma, bem próximos de celebrarmos o ponto mais alto da nossa fé, que é a Páscoa do Senhor Jesus! Ao longo destes dias, vamos reviver os últimos passos de Jesus rumo a cruz, colocando em prática tudo o que aprendemos durante esta nossa caminhada Quaresmal. A liturgia deste tempo nos conscientizou de que a nossa vida, só tem sentido se vivida na perspectiva da vida eterna, nos fez mergulhar no mistério do amor do Pai, mostrando-nos o quão é grande o seu amor por nós! Como vemos, em todos os ensinamentos de Jesus, há sempre um apelo a conversão, é o seu amor querendo falar mais fundo ao nosso coração, no desejo de nos recolocar no nosso verdadeiro lugar, que é o coração do Pai! Jesus não quer perder nenhum de nós, por isto, Ele está sempre nos chamando à conversão, a uma conversão sincera, que nos leve ao arrependimento e ao perdão. O evangelho proposto para a nossa reflexão no dia de hoje, nos convida a pautar a nossa vida no exemplo de Jesus. Jesus sempre colocou a pessoa humana acima de toda e qualquer lei, com suas atitudes, Ele nos mostra, que não é através da intolerância, do castigo que se liberta alguém da escravidão do pecado, e sim, através do amor, o amor transforma vidas, faz uma pessoa “nascer de novo.” De um lado, o texto nos mostra claramente o amor misericordioso de Jesus para com uma mulher fragilizada que fora colocada diante Dele, acusada de adultério pelos os mestres da lei e fariseus. A narrativa destaca a atitude de Jesus frente ao pecado e ao pecador. É interessante perceber: Jesus não exime aquela mulher de sua culpa, afinal, o pecado tem consequências, Ele não aceita o pecado, mas acolhe o pecador, que neste caso era uma mulher! Jesus jamais aceitaria pactuar com uma lei que mata em nome de Deus, seria contradizer todas as suas pregações que tem como fator primordial, a vida humana! Do outro lado, o texto nos mostra a hipocrisia dos mestres da lei e dos fariseus, estes, escondiam atrás de uma intolerância contra uma mulher, a intenção de incriminar Jesus. Para eles, qualquer decisão a ser tomada por Jesus, em relação àquela mulher, seria um motivo para incriminá-Lo. No pensar deles, Jesus não tinha saída: ora, se Ele condenasse aquela mulher, a multidão se voltaria contra Ele, afinal, onde ficaria o amor, a misericórdia que Ele tanto pregava? E se Jesus a absolvesse, Ele estaria infligindo a lei de Moisés. A princípio, Jesus se mostra indiferente a tudo aquilo que fora colocado diante dele, mas diante ao insistente interrogatório, Ele reage dizendo: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe a primeira pedra.” Com isto, Jesus transfere para os seus adversários, a responsabilidade de condenar ou não, aquela mulher. Podemos tirar daí, uma grande lição: diante de Jesus e de todos os que estão com Ele, o mal não tem vez! O mal, planejado pelos os doutores da lei e fariseus, usando uma mulher como armadilha para pegar Jesus, reverteu-se num bem para ela, pois foi o amor de Jesus, que a salvou, que a tirou de sua vida errante, que fez com que ela retomasse o caminho da vida! Ao ser levada para a morte, aquela mulher, intitulada como pecadora, encontra vida num encontro pessoal com Jesus, um encontro transformador, que a fez passar das trevas para a luz! Se fosse prevalecer o que Jesus havia dito à aqueles homens, o único que poderia apedrejá-la, seria Ele, pois somente Jesus não tinha pecado! Jesus não condenou aquela mulher, pelo o contrário, a libertou da pior de todas as escravidões: a escravidão do pecado! “Ninguém a condenou?” “Eu também não te condeno. Podes ir e, de agora em diante não peques mais.” Completamente livre da escravidão do pecado, aquela mulher sem nome, certamente tornou-se uma fiel seguidora de Jesus, comprometida com o projeto de Deus! A lógica de Deus é o amor, o amor gera vida, o amor salva!
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho