Por : Olívia Coutinho
Hoje, Quinta-Feira Santa, o Evangelho narra a cena do lava-pés, e a Segunda Leitura recorda a instituição da Eucaristia. São os dois principais acontecimentos celebrados neste dia tão especial.
A liturgia de hoje tem como tema central a “Memória.” Não, uma memória no sentido de uma simples lembrança, mas da vivência profunda do Mistério, de celebração daquilo que é essencial para a nossa fé: a oferta do amor do Pai, que, na pessoa de Seu Filho, se deu por inteiro a nós, fazendo-se nosso alimento e nossa bebida.
O evangelista João inicia a narrativa dos acontecimentos do Tríduo Pascal com as seguintes palavras: “Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” João vê todos os acontecimentos dos últimos dias de Jesus na terra como desdobramentos do Seu amor por nós, um amor incondicional, sem limites.
Na última Ceia, Jesus celebrou com seus discípulos a instituição da Eucaristia, também chamada de Comunhão (cf. Lc 22,19-20). Em seguida, num gesto de profunda humildade, Ele lavou os pés dos discípulos, inclusive os do seu traidor…
Com esse gesto, Jesus quis mostrar aos discípulos – e também a nós – como deve ser o nosso amor ao próximo: um amor vivido na prática, através do serviço gratuito aos que necessitam de ajuda.
“Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.”
Lavar os pés, naquela época, não era um ritual simbólico, mas uma necessidade constante, por causa da poeira e do uso de sandálias. Um gesto muito bem escolhido por Jesus, para mostrar que amar é servir, é cuidar das necessidades do outro, independentemente de quem seja. Nas famílias, quem lavava os pés dos visitantes eram os servos. Jesus, sendo Mestre, fez-se servo, o que causou estranheza em Pedro, que inicialmente não queria que Jesus lavasse seus pés. Mais tarde, porém, Pedro compreendeu esse ensinamento e se tornou um grande servidor da Igreja.
Esta passagem do Evangelho nos ensina que a vida cristã deve ser vivida em comunhão, mas sobretudo marcada pela humildade e pelo serviço.
Em outra passagem, Jesus explica: “Quem quiser ser o maior entre vós, seja aquele que vos serve; e quem quiser ser o primeiro entre vós, seja o escravo de todos” (Mc 10,43-44).
Na Última Ceia, além de instituir a Eucaristia, Jesus instituiu o sacerdócio ministerial. Por meio deste ministério, o Sacramento da Eucaristia se perpetua. O Pão Vivo que Jesus ofereceu aos discípulos naquela ceia, tornou-se nosso alimento espiritual graças a esse ministério.
Meu irmão e minha irmã: Valorize o padre da sua comunidade, pois é por meio do seu sacerdócio ministerial, que temos a graça de comungar o Corpo de Cristo, tornando-nos presença do Cristo vivo no meio em que vivemos.
A melhor forma de agradecermos a Deus por tão grande amor é fazer o mesmo que Jesus fez: fazer da nossa vida uma oferta de amor! Essa é a verdadeira comunhão que fazemos com Cristo e em Cristo: nos alimentandos Dele e alimentando o outro…
Aprendemos muito ao longo desta nossa preparação para a Páscoa, mas ainda temos muito a aprender. Afinal, temos uma missão importantíssima pela frente: dar continuidade à presença de Jesus aqui na terra, anunciando com a nossa vida a sua ressurreição!
QUE DEUS OS ABENÇOE!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho
MENSAGEM DO DIA > “ELE, QUE TINHA AMADO OS SEUS QUE ESTAVAM NO MUNDO, AMOU-OS ATÉ O FIM.”
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