MENSAGEM DO DIA: “E DIZIAM QUE ERA NATAL…”

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Olívia Coutinho*

Por Olívia Coutinho

Era véspera de Natal! Ele resolveu dar uma espiadinha nos preparativos para a grande festa! Com um beijo, despediu-se da mãe e desceu rumo à cidade grande! Ao chegar, ficou encantado diante de tantas maravilhas: arvores enfeitadas, luzes coloridas, pessoas alegres, tudo parecia preparado para um grande acontecimento! Por alguns instantes, sentiu imensamente feliz, acreditando que o povo enfim, havia entendido o verdadeiro sentido do Natal! Porém, ao entrar nas lojas, veio a decepção, ele percebeu logo, que aquela euforia, era apenas comercial, que as pessoas nem se quer sabiam o nome do aniversariante, nem nos cartões citava o nome dele… Depois de andar pelas ruas da cidade sem ser reconhecido, Ele sentiu fome, pediu comida em várias casas luxuosas e as respostas vindas dos interfones, eram sempre as mesmas: “Não temos nada…” De repente, bateu-lhe uma forte dor no peito, olhou para o lado e viu um hospital e novamente outra decepção, na portaria, a atendente logo perguntou: “particular ou convenio?” Quando ele disse que não era um nem outro, ela disse que não tinha médico. Uma tristeza imensa invadiu o seu coração, ele sentiu tão sozinho no meio da multidão que nem conseguir segurar as lágrimas! Desapontado, cansado, com fome e sentindo dor, só lhe restou o banco da pracinha para um breve descanso. Ao cair da tarde, à passos lentos, ele dirigiu-se para a periferia. Lá, ele foi muito bem recebido, como se fosse alguém íntimo de todos, até as crianças o ajudou a atravessar a pinguelinha do córrego e as famílias o acolheu em suas casas, saciando a sua fome de pão e sua fome de amor! Na periferia, não tinha enfeites de Natal, mas os corações daquela gente, estavam todos enfeitados, vivendo o verdadeiro sentido do Natal! As famílias, já tinham feito a novena de casa em casa, arrecadado alimentos para repartir com os que não tinham! Onde não tinha um presépio, tinha sempre algo que falava do Menino Deus! Ele sentiu tão bem ali, que desejou passar aquela Noite de Natal nos braços daquela gente! Ali, não houve troca de presentes, mas o amor se fez presente! Não teve ceia, mas não faltou a oração! De volta, à sua casa, Ele buscou aconchego no colo de sua mãe e com ela desabafou: “Mãe, estive no meio deles e eles não me reconheceram!” Além de me desprezar, desprezam também, os meus amigos pobres. Eles me trocaram por um tal de Papai Noel e DIZIAM QUE ERA NATAL! Vi uma mulher prestes a dar luz sem ter uma roupinha pra vestir o seu filhinho e DIZIAM QUE ERA NATAL! Vi doentes, sem atendimento médico, nas portas dos hospitais e DIZIAM QUE ERA NATAL! Vi crianças famintas, pais desempregados e DIZIAM QUE ERA NATAL! Comovida, sua mãe, acariciando seus cabelos, com ternura o consola: “Filho, vamos ter um pouco mais de paciência com essas pessoas que hoje não te reconhece, podemos contar com muita gente lá na terra, espalhando o seu amor por todo canto! Quem sabe um dia, esses, que hoje te rejeita, vão abrir seus corações para te acolher? Neste dia, você vai se alegrar, pois haverá Natal, em todos os corações!” Ouvindo essas doces palavras de sua mãe, Ele adormeceu com a mesma serenidade daquele menino que nasceu em Belém… O verdadeiro sentido do Natal, só acontece para quem faz do seu coração, uma manjedoura para acolher Jesus na pessoa do irmão que sofre…

Texto de Olivia Coutinho*, Administradora de Refletindo o Evangelho