Por Olívia Coutinho
No nosso convívio social, temos a tendência de ficarmos observando o outro, pena, que esta nossa observância, se direciona mais para o ponto fraco das pessoas. Com este nosso hábito negativo de olhar o outro, vamos perdendo a capacidade de enxergar além das aparências, um sinal de que está faltando o olhar do coração, da caridade, aquele olhar que vai além do limite humano, que procura ver o que o outro tem de bom no seu interior. Enquanto ficamos procurando e apontando o defeito do outro, deixamos de nos corrigir, de cuidar do nosso interior. O evangelho que nos é apresentado nesta Terça-Feira da 5º Semana do Tempo Comum, começa dizendo que os fariseus e alguns mestres da lei, vindos de Jerusalém, se reuniram em torno de Jesus, não, para escutar os seus ensinamentos e sim, para investiga-lo. O objetivo destes opositores do projeto de Deus, era descobrir que tipo de ensinamento Jesus estava passando para os seus discípulos e se Ele estava incitando o povo a não observância das leis. Pelo o que havia chegado ao conhecimento destas autoridades, Jesus significava uma grande ameaça para eles, já que a adesão do povo às suas pregações, crescia dia pós dia. E além do mais, os ensinamentos de Jesus, não enquadravam com os padrões religiosos estabelecidos por eles. Para os fariseus e mestres da lei, religião, era observar as tradições antigas, como cumprir preceitos, normas, rituais, coisas que nada acrescentam na vida do homem, como lavar as mãos antes de comer quando chegar da rua, não comer sem tomar banho, a maneira correta de lavar os copos, jarras, vasilhas. (O que em parte, pode até ser válido, na questão da higiene, mas esta, não era a preocupação deles.) Fariseus e mestres da lei, observavam rigorosamente os pormenores, mas deixavam de lado o principal: que era o cuidado e o respeito para com a vida do povo, suas atitudes eram totalmente contrárias à vida, atrás de uma aparente bondade, estava escondida a dureza de seus corações. O texto chama a nossa atenção, sobre o perigo de nos deixarmos contaminar por esta mentalidade antiga, ainda presente no nosso meio, pessoas que ficam somente no superficial da fé, cumprindo rigorosamente normas, rituais vazios que não levam a Deus. Quando ficamos presos nestes pormenores, não avançamos no amor, não absorvemos a mensagem principal de Jesus, que é um convite a vivermos o amor. Enquanto estamos presos a tudo isso, não tomamos posse da nossa vida, vida, que pertence a Deus e que por assim ser, deve ser cuidada como um bem preciosíssimo Dele. De nada adianta nossos atos externos, se eles não retratam o que somos interiormente. Aos olhos de Deus, as práticas exteriores, só tem valor, se elas expressarem o que realmente somos e o que vivemos, do contrário, são apenas falácias, mentiras… Façamos um exame de consciência: Estamos presos nos pormenores, falando muito e agindo pouco, ou estamos vivendo de fato, o tesouro da fé? Existe coerência entre o que falamos e o que vivemos? Meu irmão e minha irmã, tenhamos em mente: podemos enganar aos homens, mas a Deus não enganamos, Deus conhece o nosso interior, sabe, quais são as nossas intensões…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho