Por Olívia Coutinho
Quando projetamos a nossa vida em nós mesmo, perdemos a capacidade de enxergarmos além das aparências, de termos uma percepção profunda dos fatos… Sem um olhar mais profundo, ficamos na superficialidade, não fazermos uma leitura dos fatos. Sem enxergarmos além do limite humano, não adentramos no coração do outro, não descobrimos o que ele tem de bom dentro de si… Quem tem um olhar de contemplação, enxerga longe, enxerga o que o mundo não quer enxergar, consegue extrair valores daquilo que o mundo vê como insignificante. No evangelho que a liturgia de hoje coloca diante de nós, Jesus, ao aceitar um convite de um fariseu para jantar em sua casa, nos mostra, mais uma vez, a grandiosidade do seu coração, um coração que não exclui ninguém, nem mesmo os seus adversários. Jesus sabia que aquele encontro com o fariseu, não seria um encontro agradável, seria um encontro carregado de segundas intenções por parte do fariseu, mas mesmo assim, Ele aceita o convite. O fariseu, por sua vez, não convidou Jesus para jantar em sua casa, por cordialidade, amizade, o que ele queria mesmo, era investiga-lo, tentar pegá-lo num descumprimento de algum preceito… Os fariseus, observavam rigorosamente as normas, os rituais, mas a lei principal, eles deixavam de lado, que é a lei do maior. Para eles, religião era cumprir preceitos, rituais, normas que aos olhos de Deus nada significam. Atrás de uma aparente pureza, eles escondiam a dureza de seus corações. Aceitando o convite para jantar na casa de um fariseu, ou seja, na casa de um de seus adversários, Jesus nos mostra a sua capacidade de lidar com as provocações dos inimigos. Mesmo sendo criticado por não lavar as mãos antes da refeição, seguindo um ritual judaico de purificação, Jesus, ainda que, com palavras duras, aponta para esses fariseus, um caminho de conversão:” Antes, dai esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós”. Vemos aí, um grande exemplo de misericórdia, ao invés de condenar, Jesus insiste em resgatar… A narrativa chama a nossa atenção para dois pontos importantíssimo: autenticidade e transparência. Devemos ser autênticos e transparentes. De nada adianta nossos atos externos, se eles não retratam o que na verdade somos interiormente. Aos olhos de Deus, a prática exterior, só encontra sentido, se ela expressar, o que realmente cremos e vivemos, do contrário, ela não passa de práticas vazias que nada significam, pois mostra o que na verdade não somos e não vivemos… Deus não nos olha externamente, para Deus, não importa a nossa cor, a nossa posição social e nem mesmo a nossa religião. Para Deus, o importante, é o que cultivamos de bom no nosso interior, o que agrada a Deus, o que brota do nosso coração… Se queremos de fato, agradar a Deus, arranquemos do nosso coração, a ambição, o egoísmo, esses grandes inimigos nos distanciam de Deus. É nos nossos atos concretos de amor, que revelamos o que cultivamos dentro de nós…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho