O cantor Anderson Leonardo, do Grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira (26), aos 51 anos, depois de cerca de um ano e meio enfrentando um tratamento para câncer na região inguinal.
“Nosso guerreiro ANDERSON LEONARDO lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao MOLEJO. Sua presença e alegria era uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos”, diz a mensagem que o grupo compartilhou nas redes sociais.
Mais conhecido como Anderson Molejão, o cantor foi um ícone do pagode da década de 1990, famoso também por seu bom humor contagiante, além dos hits do grupo, que incluíam “Cilada”, “Caçamba”, “Brincadeira de Criança”, “Dança da Vassoura”, entre outros.
Anderson estava internado no Hospital Unimed, no Rio de Janeiro, e desde domingo teve uma piora no quadro de saúde, que já era considerado gravíssimo.
Diagnóstico de câncer
Anderson revelou em outubro de 2022 que havia sido diagnosticado com câncer, sem detalhar a parte atingida. Dois meses depois, chegou a dizer que estava curado após passar por tratamento.
Em maio de 2023, Anderson anunciou durante o Rocinha Cast que iria precisar retomar o tratamento, pois a doença havia voltado. “Vou lutar até o final”, disse ele, afirmando que o tumor estava na região inguinal, um tipo raro de tumor, que se desenvolve no pênis e no ânus. “Eu tava sentindo uma coisa muito pequena e falava: ‘não deve ser nada, deve ser uma gordurinha’. Daí foi crescendo. Eu e minha namorada procuramos o urologista. Aí o cara falou pra fazer uma biopsia. Quando fez, deu que eu tinha um tumor maligno na região da virilha”, contou na ocasião.
Ele falou que o tratamento deveria evitar que o tumor passasse para outras partes do corpo. “Chorei, fiquei muito triste. Aí comecei o tratamento. Consegui matar o tumor, o câncer. Mas agora parece que vou ter que fazer uma outra fase.”
Desde setembro de 2023, o artista passou por uma série de internações. No final de fevereiro desse ano, ele foi internado após se sentir mal depois de um show. Depois de 21 dias de internação devido às dores, Anderson recebeu alta no dia 19 de março. Ele voltou a ser internado na madrugada uma semana depois, em estado grave após uma piora no quadro. Ele recebeu alta no último dia 11, mas voltou a ser internado na segunda-feira (22).
Dessa última vez, Anderson estava na UTI e amigos chegaram a fazer campanha pedindo doações de sangue para ele. O Molejo desmentiu duas vezes boatos de morte do cantor, em meio a uma progressiva piora no quadro, culminando na morte nesta sexta.
Vida na música
Anderson estourou com o Molejo no anos 1990 – o grupo se formou ainda no final dos anos 80. Ele era vocalista e também tocava cavaquinho no grupo, do qual era um dos compositores. O Ecad aponta 118 composições de Anderson Molejão, incluindo sucessos como “Dança da Vassoura” e “Cohab City”, que fez sucesso com o Negritude Junior.
O Molejo lançou o primeiro disco em 1993 e seguiu produzindo ao longo dos anos – o álbum mais recente é de 2016, “Molejo Club” com inéditas. A banda segue fazendo shows e mesmo durante o tratamento Anderson cumpriu agenda, dentro do possível.
O artista deixa quatro filhos: Alessa Cristyne, 30 anos, Leozinho Bradock, 29, Rafael Molejinn, 28, e Alice, de 3. Leozinho e Rafael seguiram os passos do pai e são músicos. (CORREIO)