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LUTO NA PRF > Morre PRF Huanderson Santos que sofreu grave acidente há quase três anos

por Ornan Serapião
6 minutos para ler

O Estradas.com.br soube há pouco do falecimento de Huanderson dos Santos, policial rodoviário federal que morreu quando atendia uma ocorrência. Esta dura realidade dos PRFs que saem para trabalhar e as famílias não sabem se voltam.

Enquanto milhões de brasileiros pegam a estrada para curtir as festas, homens e mulheres das polícias rodoviárias federal e estaduais, estão na pista, longe das celebrações e muitas vezes atendendo tragédias.

Lembrar de Huanderson e sua família, extraindo texto de matéria publicada em 27/9/24 é nossa forma de homenagear aqueles que realizam esse trabalho e confortar a família Santos e de todos que deixaram a estrada da vida.

Texto abaixo, com exceção do título, foi extraído da matéria: Alterações na previdência social deixaram PRFs e suas famílias vulneráveis

Siga seu caminho Huanderson que Deus cuidará dos seus

No dia 25 de janeiro de 2022, o PRF Huanderson de Araújo dos Santos estava com um colega, trabalhando na região de Cascavel, Paraná, quando atenderam a uma ocorrência na BR-158.

Durante o retorno, o veículo em que estavam foi atingido lateralmente por uma caminhonete em alta velocidade, resultando em ferimentos para ambos. Huanderson ficou gravemente ferido e, hoje, está aposentado por invalidez permanente e sobrevive em sua casa aos cuidados de “home care”, em um estado similar ao do famoso piloto de Fórmula 1, Michael Schumacher.

Elisângela, esposa do PRF, explica que ele não demonstra qualquer sinal de compreensão do que acontece ao seu redor. “É como se fosse um bebê“, comenta. Ela conta que conversa com ele, mas não há sinais de consciência nem mesmo em relação aos dois filhos.

Huanderson ingressou na PRF, em 2012, após vários anos na Força Aérea, e foi morar em Cascavel (PR). Escolheu viver próximo da sua base de trabalho porque dizia à esposa que, muitas vezes, o policial morria a caminho de casa, e não durante o serviço. Por isso, decidiu viver perto da delegacia de Cascavel (PR), para garantir mais segurança no trajeto de volta para casa.

A esposa relata ainda como era a vida antes da tragédia: “Nossa vida era maravilhosa. Ele saía para o trabalho contente e voltava ainda mais feliz, porque adorava ajudar a população. Foram dez anos incríveis na cidade. Ele se dedicava muito à família, e eu pude parar de trabalhar para cuidar dos filhos.”

Segundo Elisângela, Huanderson sempre se preocupou com o futuro da família, caso algo lhe acontecesse. Ele queria garantir que a esposa tivesse uma aposentadoria vitalícia, o que só seria possível quando ela completasse 45 anos. Caso contrário, o benefício seria parcial e limitado a dez anos.

Em setembro de 2021, quatro meses antes do acidente, Elisângela completou 45 anos, e Huanderson comentou que se sentia mais tranquilo, pois ela e os filhos estariam mais protegidos financeiramente, caso algo ocorresse.

Atualmente, Huanderson está aposentado e a família recebe o suporte possível, mas Elisângela preocupa-se muito com outras famílias de PRFs e pessoas que não têm o mesmo amparo.

A lesão de Huanderson é comparada à de Schumacher, e ele pode falecer em um mês ou em dez anos; não há previsões nem sinais de interação, e apenas um milagre pode reverter a situação.

O casal tem dois filhos: Valenthina, que estava prestes a completar 11 anos na época do acidente, e Cristopher, que tinha 18 anos. O “h” no nome Valentina foi uma escolha do pai. Já são dois anos e sete meses que Huanderson está acamado, mas os filhos continuam se despedindo dele todos os dias quando saem de casa. Cristopher, com muito cuidado, ajuda a dar banho no pai. “É a maneira dele de mostrar ao pai que está ali para cuidar dele.”

Para os filhos, o impacto foi devastador, já que eram muito apegados ao pai. Hoje, Cristopher assume o papel de responsável, cuidando da irmã e levando-a onde precisa.

Elisângela recorda que Huanderson gostava de ficar em casa, aproveitando a família, seu bem mais precioso. Ela destaca que “as pessoas precisam entender que, por trás de um policial, há uma família, e que todos precisam ser responsáveis no trânsito“. Ela lembra que o marido sempre foi muito cuidadoso e falava sobre a importância de dirigir com responsabilidade.

Cristopher segue o exemplo do pai e dirige de forma muito consciente. Ele decidiu seguir a carreira do pai e ser policial rodoviário federal, apesar das preocupações da mãe.

Valenthina quer estudar medicina, possivelmente influenciada pela situação que vive em casa. Elisângela apoia os filhos, embora seu coração fique apertado, sabendo que Cristopher correrá os mesmos riscos do pai e que Valenthina estudará longe de casa.

Elisângela destaca que continua vivendo em Cascavel, apesar de ter familiares em São Paulo, porque os colegas da PRF e do sindicato são uma verdadeira família. “Se preciso de qualquer coisa, eles vêm nos ajudar. Só tenho que agradecer por tudo que fazem.”

A solidariedade dos colegas da PRF se manifestou em várias ocasiões, especialmente no início, quando a situação ainda era incerta, através de campanhas de apoio à família.

Elisângela se preocupa com as condições das famílias de policiais que entraram depois das mudanças na previdência. “É muito difícil porque é necessário comprar muitos remédios.”

O portal Estradas.com.br enfatiza que histórias como essa, infelizmente, são comuns no trânsito brasileiro. Os familiares das vítimas, que não aparecem nas estatísticas, sofrem as consequências da imprudência.

Essa admirável família de Cascavel (PR), que segue os passos de Huanderson, continua ajudando a outras pessoas em condições semelhantes, como Elisângela faz. Assim como a família PRF de Cascavel e de outras partes do país. Mas são tragédias evitáveis e precisamos lembra disso todos os dias nas estradas e vias urbanas.

Nota de pesar do SINPRF do Paraná:

“O SinPRF-PR lamenta profundamente a morte de Huanderson de Araujo dos Santos, 47 anos, neste domingo (29).

Huanderson sofreu um acidente de viatura em janeiro de 2022 e, desde então, estava acamado.

Ele trabalhou na Delegacia de Cascavel e também era diretor do SinPRF-PR. Foi sempre um exemplo como amigo, profissional e pai de família.

Aos amigos e familiares manifestamos nossas sinceras condolências e desejamos que Deus ofereça o conforto necessário neste momento de dor.

Assim que tivermos notícias do velório e sepultamento informaremos aos colegas.”

“O SinPRF-PR lamenta profundamente a morte de Huanderson de Araujo dos Santos, 47 anos, neste domingo (29).

Huanderson sofreu um acidente de viatura em janeiro de 2022 e, desde então, estava acamado.

Ele trabalhou na Delegacia de Cascavel e também era diretor do SinPRF-PR. Foi sempre um exemplo como amigo, profissional e pai de família.

Aos amigos e familiares manifestamos nossas sinceras condolências e desejamos que Deus ofereça o conforto necessário neste momento de dor.

Assim que tivermos notícias do velório e sepultamento informaremos aos colegas.”

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