Lava Jato: PF vai às ruas em operação baseada na delação de Palocci

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã de desta sexta-feira, a 64ª fase da Operação Lava Jato, baseada no acordo de delação premiada celebrado entre o ex-ministro Antônio Palocci firmado com a PF. O objetivo é apurar crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro relacionadas a recursos contabilizados pela Odebrecht na planilha “Programa Especial Italiano”. Parte do conteúdo desta delação foi revelado pelo Radar.

As medidas foram autorizadas pelo juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Cerca de 80 policiais federais cumprem doze mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, incluindo endereços relacionados ao banco BTG na capital fluminense. De acordo com a PF, a investigação trata de fatos abordados em diferentes inquéritos policiais, mas foi impulsionada pelos relatos de Palocci em seu acordo de delação.

O objetivo desta nova fase é identificar os beneficiários do esquema de propinas registrado pela empreiteira e o funcionamento da entrega de valores ilícitos a autoridades. Também é alvo da operação uma instituição financeira suspeita de envolvimento em um esquema com a Petrobras na exploração do pré-sal e em projeto de desinvestimento de ativos no continente africano. De acordo com a PF, isso pode conduta que pode ter lesado os cofres públicos em pelo menos um 1,5 bilhão de dólares.

A nova fase foi batizada de operação Pentiti, que signfica “arrependidos” em italiano. Segundo a PF, o nome faz referência a termo empregado na Itália para designar pessoas que integraram organizações criminosas e, após suas prisões, decidiram se arrepender e colaborar com as autoridades para o avanço das investigações.Reportagem publicada por VEJA nesta sexta-feira mostra a descrição completa do esquema de roubalheira internacional montado pelo PT para obras realizadas em países como Gana, Venezuela, Cuba e Angola. Lula fazia os acertos com as autoridades estrangeiras e mandava a conta para o BNDES. Em troca dos juros camaradas do banco e do acesso aos mercados de fora, as empreiteiras superfaturavam o trabalho para poder irrigar o caixa petista com o pagamento de propinas. Antes da assinatura dos contratos já se sabia que muitos dos governos amigos não pagariam a conta.

Segundo pessoas que tiveram acesso à delação e foram entrevistadas por VEJA, embora careça de provas, o testemunho de Palocci contém as peças que faltavam no quebra-cabeça da pilhagem nas obras internacionais do BNDES, abrindo essa parte da caixa-­preta do banco. Somente nesse pacote de contratos no exterior firmados entre 2010 e 2014, as empreiteiras nacionais faturaram mais de 10 bilhões de reais e pagaram propinas ao PT no valor total de 489 milhões de reais.(VEJA.COM) 

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