ISTOÉ – Alerta máximo na Coreia do Sul e quarentena na Itália por coronavírus

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Equipe médica transfere paciente, suspeito de ser portador do coronavírus, do hospital de Daenam para outro estabelecimento, em Cheongdo (Coreia do Sul) em 21 de fevereiro de 2020

AFPA Coreia do Sul ativou neste domingo o nível de alerta máximo pelo novo coronavírus, enquanto a Itália se tornou o primeiro país da Europa a estabelecer medidas de quarentena em várias cidades, exatamente um mês depois da China ter feito o mesmo na região que é o berço da doença. Diante do rápido aumento do número de contágios, o presidente sul-coreano Moon Jae-in decidiu estabelecer o mais elevado nível de alerta.A epidemia de COVID-19 está “em um momento decisivo. Os próximos dias serão cruciais”, afirmou após uma reunião do governo.Com exceção do foco de infecção no cruzeiro “Diamond Princess” no Japão, a Coreia do Sul registra o maior número de pacientes (602 casos) depois da China. Neste domingo, as autoridades de saúde do país anunciaram mais três mortes, o que eleva a cinco o total de vítimas fatais.Também foi registrada a terceira morte entre passageiros do do “Diamond Princess”, informou o ministério da Saúde japonês. A vítima é um homem de 80 anos que tinha outras enfermidades. Ele foi levado de barco para um hospital depois de apresentar “sintomas”. O ministério, no entanto, não confirmou se o idoso foi diagnosticado com o COVID-19. O presidente sul-coreano Moon pediu às autoridades a adoção de “medidas de uma magnitude sem precedentes”, após a informação de que centenas de membros de uma seita cristã foram infectados no sul do país. Mais de 9.000 pessoas estão em quarentena ou foram obrigadas a permanecer em suas casas. Em número de mortos, o Irã, com oito vítimas fatais, é o segundo país com mais óbitos provocados pela doença, atrás da China. De acordo com um balanço atualizado, a República Islâmica, que no sábado anunciou o fechamento de escolas e universidades em 14 províncias, incluindo Teerã, tem 43 casos de contágio. A Coreia do Norte, um dos primeiros países a fechar a fronteira com a China, está a salvo do vírus no momento, mas seu sistema de saúde não estaria preparado para a epidemia, de acordo com especialista. Israel anunciou que 200 alunos de três centros de ensino deverão permanecer por 14 dias em suas casas, depois que estiveram em contato com turistas sul-coreanos que, ao retornar para seu país, foram diagnosticados com o novo coronavírus.– Mais de 100 casos na Itália – Na região norte da Itália, quase 52.000 pessoas acordaram neste domingo em zonas com entrada e saída proibidas, exceto em casos excepcionais, como anunciou o primeiro-ministro Giuseppe Conte. Com o fechamento de empresas e estabelecimentos, o cancelamento de eventos culturais e o adiamento de partidas de futebol, o governo italiano tenta proteger parte das regiões da Lombardia (norte) e de Vêneto (nordeste) para conter a epidemia.A primeira medida de confinamento no mundo foi anunciada em 23 de janeiro para os 11 milhões de habitantes de Wuhan, cidade na região central da China onde surgiu a epidemia de pneumonia viral em dezembro. As imagens exibidas na TV italiana mostravam uma ausência total, até a manhã de domingo, de barreiras ao redor das 11 localidades confinadas. O decreto lei prevê sanções de até três meses para quem não cumprir a medida.O presidente da Lombardia, a região mais afetada, afirmou que o país tem mais de 100 casos e pediu um controle maior nas fronteiras. De acordo com a Proteção Civil o número subiu para 132 casos. Duas pessoas com mais de 70 anos morreram vítimas da doença no país nos últimos dias.A Itália é o país europeu mais afetado pelo vírus. O foco é a área de Codogno, perto de Milão, onde apenas as farmácias estão autorizadas a permanecer abertas.O primeiro-ministro Conte advertiu que pode recorrer ao exército para vigiar os pontos de controle.– Riscos de expansão –Na China, o balanço subiu para 2.442 mortos, após o anúncio de 97 novas vítimas fatais. Com exceção de uma, todas aconteceram na província central de Hubei, epicentro da doença. O ministério da Saúde informou 648 novos contágios, o que aproxima de 77.000 a quantidade de casos no país. O número de mortes anunciada neste domingo para as últimas 24 horas segue em leve queda na comparação com a véspera (109), mas os contágios aumentaram (397 no sábado). A epidemia do novo coronavírus é “a maior emergência de saúde” na China desde a fundação do regime comunista comunista em 1949, afirmou o presidente Xi Jinping neste domingo. “É necessário aprender com deficiências expostas” na resposta da China, completou Xi durante uma reunião oficial para coordenar a luta contra o vírus, um reconhecimento incomum por um líder chinês.Em comentários citados pelo canal estatal CCTV, Xi afirmou que a epidemia “tem a transmissão mais rápida, a maior variedade de infecção e tem sido a mais difícil de prevenir e controlar”. “Esta é uma crise para nós e um grande teste”, acrescentou.Xi Jinping reconheceu que a epidemia “inevitavelmente terá um grande impacto na economia e na sociedade”, mas enfatizou que os efeitos acontecerão “a curto prazo” e serão administráveis. A expansão fora do país gera inquietação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) teme “a possível propagação do COVID-19 nos países com sistemas de saúde mais precários”, advertiu o diretor geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Um estudo publicado na sexta-feira pelo Centro de Doenças Infecciosas do Imperial College de Londres calcula que “quase dois terços dos casos de COVID-19 fora da China não foram detectados em todo o mundo”.

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