O Irã ameaçou, nesta segunda-feira, se retirar do Acordo de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) após os europeus abrirem um mecanismo de solução de controvérsias (MRD) contra a República Islâmica.
Os três Estados europeus (França, Alemanha e Grã-Bretanha) que integram o acordo nuclear iraniano celebrado em Viena em 2015 anunciaram em 14 de janeiro que tinham ativado MRD, no qual se prevê o restabelecimento pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas das sanções levantadas no âmbito do acordo.
O chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, declarou nesta segunda que a decisão dos europeus não tinha “base legal” e afirmou que, se eles tomarem medidas adicionais, “seria considerada a retirada do Irã do TNP”, segundo o site do Parlamento iraniano.
Concluído em 1968, o TNP é considerado a pedra angular da ordem nuclear mundial.
O acordo de Viena, que limita drasticamente as atividades nucleares iranianas, ameaça se desfazer desde que o presidente americano Donald Trump se retirou unilateralmente em 2018 e em seguida restabeleceu pesadas sanções econômicas contra o Irã.
Desde maio de 2019, o Irã se desvinculou dos compromissos assumidos no âmbito do texto, em resposta às sanções americanas. Berlim, Paris e Londres continuam comprometidos com o acordo, mas Teerã acusa-os de inação.
“Se os europeus voltarem aos seus compromissos, o Irã também deixará de reduzir seus compromissos, mas se continuarem na mesma via (…), temos outras opções”, destacou Zarif.
Os europeus optaram pelo MRD para tentar obrigar Teerã a voltar a aplicar integralmente o acordo de Viena.
O Dia