O presidente da França, Emmanuel Macron, foi alvo de mais uma polêmica no país europeu nesta quarta-feira, 5, após declarar que quer “irritar” pessoas que não se vacinaram contra a Covid-19 no país. A fala, dada em entrevista ao jornal “Le Parisien”, ocorre em um momento no qual a nação tenta incentivar a imunização dos seus moradores para controlar mais uma onda da doença, agravada com a presença da variante Ômicron. Na terça-feira, 4, 271 mil novas infecções foram registradas no país, cifras preocupantes quando pouco mais de um quarto da população ainda não tomou nenhuma dose da vacina. “Para os não vacinados, quero muito irritá-los. E vamos continuar fazendo isso, até o fim. Essa é a estratégia”, afirmou. O presidente, que tenta uma reeleição a três meses da ida dos franceses às urnas, também assumiu que quer “limitar o máximo possível” o acesso dos não-vacinados a atividades da vida social.
“Quando a minha liberdade ameaça a liberdade de outras pessoas, me torno uma pessoa irresponsável. Uma pessoa irresponsável não pode mais ser considerada cidadã. Eu não vou prendê-los, nem vou forçar a vacinação deles. Ainda assim, preciso dizer que a partir do dia 15 você não vai mais poder ir a um restaurante, a um bar, a um café, ao teatro ou ao cinema [se não se vacinar]”, declarou. Nome de destaque na corrida eleitoral, a ex-ministra de Sarkozy, Valérie Pécresse, afirmou que “não cabe ao presidente da República escolher entre os bons e os maus franceses”; Marine Le Pen, que foi ao segundo turno com Macron nas últimas eleições, considerou as falas dele “violentas” e Éric Zemmour, da extrema-direita, disse que essa é uma busca do centrista por “existir na campanha”.