(foto: Alan Santos/PR)
Nova Délhi — Os governos do Brasil e da Índia anunciaram neste sábado (25/1), em declaração conjunta em virtude da visita de Estado do presidente Jair Bolsonaro ao país asiático, que pretendem mais do que dobrar o comércio bilateral até 2022, com a corrente de comércio entre os dois países chegando a US$ 15 bilhões. Conforme o documento, “os líderes manifestaram confiança em poder alcançar uma meta de US$ 15 bilhões no comércio bilateral até 2022”. Ambos convidaram os empresários de seus respectivos países a investirem nas áreas de infraestrutura, processamento de alimentos, biocombustíveis e outras fontes de energia renovável, pecuária e agricultura, na Índia, e nos setores automotivo, de couros, petróleo e gás, inclusive refino, farmacêutico, elétrico e químico, no Brasil. Em 2019, as trocas comerciais bilaterais somaram US$ 7,1 bilhões, sendo US$ 2,8 bilhões em exportações brasileiras para a Índia e US$ 4,3 bilhões em importações de produtos indianos para o Brasil, conforme dados do Ministério da Economia. Bolsonaro chegou à Índia na tarde de sexta-feira. A visita de Estado teve início neste sábado (25), com as reuniões bilaterais ao longo do dia e será concluída na segunda-feira (27/1), quando o presidente brasileiro retorna ao Brasil. Logo após a divulgação do comunicado, o presidente escreveu em rede social sobre o acordo e ampliou o volume que está no documento, colocando a previsão mais otimista feita pelo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. “Com o aprofundamento das relações entre o nosso Brasil e a Índia, expressado nos 15 acordos hoje assinados, as expectativas são as melhores. O comércio, por exemplo, que hoje movimenta US$ 6 bilhões/ano, poderá passar de US$ 50 bilhões até 2022, como estima o PM”, escreveu. O chefe do Executivo é o convidado de convidado de honra de Modi para as comemorações do 71º Dia da República, no domingo (26/01) da Índia. Ele é o terceiro presidente brasileiro a receber essa homenagem do governo indiano, ao lado de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. No comunicado conjunto, os líderes destacaram a assinatura do Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) e expressaram confiança na pronta conclusão do Protocolo Alterando a Convenção Destinada a Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre a Renda, bem como do Acordo para o Reconhecimento Mútuo dos respectivos Programas de Operadores Econômicos Autorizados. “Ambos os líderes enfatizaram que a Organização Mundial do Comércio é elemento central para o apoio ao crescimento de países em desenvolvimento. Ao reconhecer a natureza complementar entre comércio e investimentos, coincidiram também em que os mecanismos bilaterais existentes poderiam ser devidamente utilizados para estimular maior cooperação”, destacou o comunicado. Os mandatários dos dois países reforçaram que continuarão a trabalhar conjuntamente no âmbito do G4 com vistas a concretizar suas aspirações de servir como membros permanentes em um Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) “reformado e ampliado, de modo a tornar o órgão mais democrático, representativo e alinhado à ordem mundial transformada”. Os líderes reiteraram a importância da cooperação bilateral abrangente na área de defesa para fortalecer a Parceria Estratégica estabelecida em 2006 e destacaram a realização de evento sobre indústria de defesa, que ocorre em 27 de janeiro. A fabricante brasileira de armas participa deste evento que acontece em paralelo ao seminário que Bolsonaro participará com empresários no mesmo dia. No comunicado, os dois líderes reconheceram a importância da cooperação bilateral no setor de bioenergia para alcançar seus objetivos econômicos, energéticos e ambientais. E, nesse sentido, registraram o grande potencial para aumento da produção de etanol e sua adoção na matriz de combustíveis indiana e manifestaram expectativa de ampliação da cooperação entre os dois países nesse tema. (CB)