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INTERNACIONAL: Após novo revés para Boris Johnson, Reino Unido nomeia ministra para tratar do Brexit

por Ornan Serapião
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Liz Truss assume as negociações do Brexit após renúncia de David Frost

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, nomeou neste domingo, 19, a ministra de Relações Exteriores, Liz Truss, para assumir os assuntos pós-Brexit após a renúncia do negociador David Frost neste sábado, em uma dura semana para o líder conservador. Truss, de 46 anos, chefe da diplomacia britânica desde setembro, vai liderar as negociações com a União Europeia sobre o polêmico protocolo que rege os acordos aduaneiros especiais com a Irlanda do Norte, segundo um comunicado do governo. “Liz Truss assumirá a responsabilidade ministerial pelas relações com a União Europeia com efeito imediato”, diz a nota.

Após o anúncio, o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, indicou no Twitter que “seguiria cooperando com o Reino Unido no mesmo espírito construtivo”. Após inicialmente defender a permanência na União Europeia durante o referendo de 2016, a ex-ministra de Comércio Exterior mudou de opinião, explicando que via o Brexit como uma fonte de oportunidades econômicas. Truss é uma figura popular nas fileiras da maioria conservadora. Seu nome aparece regularmente como uma possível sucessora de Johnson. Dizendo não concordar com a direção tomada pelo governo do atual primeiro-ministro, o secretário do Brexit, David Frost, renunciou na noite de sábado depois que o jornal The Mail on Sunday divulgou a notícia. Enquanto isso, as negociações com a União Europeia sobre a implementação do protocolo da Irlanda do Norte não foram concluídas e devem ser retomadas em janeiro.

Fase crítica para Boris Johnson

Dois anos depois de uma vitória eleitoral apoiada na promessa de alcançar o Brexit, Johnson se vê cercado de escândalos e esta semana sofreu uma revolta de seu grupo político devido a medidas contra a pandemia, seguida pela perda de um reduto conservador em uma eleição parcial na Inglaterra. Também está enfrentando um surto de casos de Covid-19 causado pela variante Ômicron. Em sua carta de renúncia, divulgada na noite de sábado por Downing Street, David Frost apontou as novas restrições de combate ao coronavírus, o aumento de impostos e a política aplicada para alcançar a neutralidade de carbono em 2050, ao explicar sua saída. Boris Johnson afirmou que “lamentava” a saída de David Frost, expressando sua gratidão pelo trabalho realizado. Neste domingo, o ministro da Saúde, Sajid Javid, disse ao canal Sky News que “entende as razões” que levaram Frost, “um homem de princípios”, a deixar seu cargo. A ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, foi nomeada para assumir os assuntos pós-Brexit no lugar de Frost, anunciou Downing Street neste domingo.

*JP com informações da AFP

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