Além da sede da prefeitura, a ação também se estende a outros locais, incluindo o comitê do candidato a prefeito pelo PSD, Bento Lima, na Avenida Soares Lopes, e o posto de gasolina Leleu, localizado na Avenida Itabuna
A Polícia Federal deflagrou uma nova operação de busca e apreensão na Prefeitura Municipal de Ilhéus nesta terça-feira (01). Além da sede da prefeitura, a ação também se estende a outros locais, incluindo o comitê do candidato a prefeito pelo PSD, Bento Lima, na Avenida Soares Lopes, e o posto de gasolina Leleu, localizado na Avenida Itabuna. As informações são de otabueiro.com.
Denominada “Barganha”, a operação abrange diversas cidades baianas, como Itabuna, Vitória da Conquista, Salvador e Lauro de Freitas. A Justiça Federal autorizou os mandados para coletar documentos e material relevante para as investigações que visam combater a corrupção no poder público municipal.
O prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, já havia sido alvo de busca em uma operação anterior realizada no dia 26 de setembro. Ele é investigado por crimes de corrupção, desvio de recursos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Também estão sob suspeita Bento Lima, ex-secretário de Gestão e candidato a prefeito, e Jefferson Domingues Santos, ex-procurador-geral do município, além de outras duas pessoas e duas empresas.
Durante o trabalho investigativo, a PF apreendeu, na casa de um empresário envolvido, uma quantia superior a R$ 915 mil em espécie. A origem da investigação está ligada a uma delação premiada de um alvo de operações anteriores que tratavam do desvio de verbas federais durante a pandemia de Covid-19. A delação foi homologada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e contou com a aprovação do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo o delator, o prefeito Mário Alexandre teria negociado uma propina relacionada a um contrato de serviços de coleta de lixo que foi celebrado de maneira irregular. O ex-procurador Jefferson Santos, de acordo com os relatos, teria dado parecer favorável à contratação, mesmo com indícios evidentes de irregularidades.
O delator aponta que Mário Alexandre ficaria com metade do lucro gerado pela empresa contratada. As reuniões de negociação ocorreram na residência do prefeito, com a participação de representantes da empresa.
O colaborador ainda revelou que Bento Lima, que ocupava o cargo de secretário de Gestão na época, estaria relutante em aceitar a contratação de uma nova empresa devido ao recebimento de propinas de outra empresa que já prestava serviços à Prefeitura. Este impasse gerou atrasos na formalização do novo contrato.
De acordo com as investigações, para facilitar a conclusão do contrato de coleta de lixo, os empresários custearam, entre outras despesas, o valor de um veículo para a esposa do prefeito.
As investigações seguem em curso.