Os funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna (hospitais Clixto Midlej e Manoel Novaes) estão entrando em greve nesta quarta-feira (22), reclamando do não pagamento do 13° e do salário do mês de dezembro. Mas a situação poderia ser diferente se o prefeito Fernando Gomes liberasse uma verba que está em poder da prefeitura desde o mês de dezembro de 2019, fruto de um repasse do governo federal para a entidade filantrópica.
O deputado federal Jorge Solla (PT) divulgou, na manhã desta quarta feira (22), que o dinheiro foi levantado às pressas para zerar a fila das cirurgias bariátricas e amenizar a situação de pacientes que aguardam o serviço, mas também sobraria para fazer o pagamento dos débitos com os trabalhadores. A verba foi conseguida após mobilização do próprio Jorge Solla, que fez gestões junto ao Ministério da Saúde, com apoio de outros parlamentares.
Nesse tipo de convênio, o dinheiro vem para a prefeitura, que faz o repasse à entidade beneficiada.O montante já foi liberado, mas por algum motivo, o prefeito Fernando Gomes está segurando esse repasse, aumentando o drama da saúde e colocando em risco a vida de milhares de itabunenses.
Inimigo
Desde que decidiu se lançar como pretendente ao cargo de prefeito, o provedor da Santa Casa, Erick Júnior, se transformou em um adversário político do prefeito Fernando Gomes, que vai tentar a reeleição. Quando passou a fazer críticas ao mandatário, passou de adversário a inimigo político, sendo alvo de declarações na imprensa, quando não ataques à sua gestão na instituição que dirige.
O caso dos R$ 25 milhões entraria nessa conta, a fim de forçar um movimento paredista dos trabalhadores – que estão, sim, com seus direitos lesados – e reforçar na sociedade a ideia de uma má gestão na Santa Casa, inviabilizando a administração e, segundo apurou-se, estimulando a debandada de médicos e outros profissionais – o que, óbvio, também desacredita o gestor frente à comunidade.
(Domingos Matos/O Trombone)