Jorge Antonio Orue, ex-diretor da Dimabel, órgão paraguaio sobre armas, se entregou nesta quarta-feira (06) às autoridades daquele país.
Orue é alvo da operação da Polícia Federal brasileira deflagrada nesta terça (05) para investigar esquema de tráfico de armas internacional. Ele estava foragido desde então.
A Dimabel é o órgão do Paraguai que controla, fiscaliza e libera o uso de armas no país. Orue, que também é general, foi diretor da Dimabel no período em que a empresa IAS realizou importações de armas que teriam como destino o Brasil.
A IAS, segundo as investigações, era usada pelo argentino Diego Hernan Dirísio, principal alvo da operação e considerado o maior contrabandista de armas da América do Sul. Por meio da empresa, com sede no Paraguai, ele importava cerca de 15 mil armas por ano e repassa parte desse arsenal para chefes de facções criminosas brasileiras.
Segundo as investigações, cerca de 43 mil armas foram contrabandeadas para facções brasileiras. Os principais armamentos contrabandeados eram pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições.
O esquema movimentava R$ 1,2 bilhão, e envolvia também doleiros e empresas de fachada no Paraguai e nos EUA. Após a compra dos europeus, as armas eram vendidas para criminosos brasileiros.