Márcio Lobão e o pai são suspeitos de terem recebido R$ 50 milhões em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro
Rio – A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira, Márcio Lobão, filho do ex-senador e ex-ministro Edison Lobão (MDB). Pai e filho são suspeitos de participarem de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro com a Odebrecht e o grupo Estre envolvendo a Transpetro e a construção da usina hidrelétrica Belo Monte, no Pará. Márcio foi preso no Leme, na Zona Sul do Rio.
As investigações apontaram que Márcio e Edison Lobão receberam R$ 50 milhões de 2008 a 2014. No entanto, há indícios de que o esquema continuou até 2019. Por isso foi pedida a prisão preventiva do filho, que teria aumentado seu patrimônio em mais de R$ 30 milhões no período.
“A medida revela-se imprescindível para garantir a ordem pública e econômica, evitando-se a continuidade e a reiteração criminosa, bem como para garantir a aplicação da lei pena”, defende o Ministério Público Federal (MPF).
Além da prisão de Márcio Lobão, os 70 policiais federais e 18 auditores da Receita Federal da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba também cumprem 11 mandados de busca e apreensão no Rio, em São Paulo e no Distrito Federal na Operação Galeria, como foi batizada. Eles estão sendo cumpridos em endereços de galerias de arte e de agentes financeiros que atuavam em bancos, como Julius Bär, que geria contas de Márcio Lobão no exterior.
OBRAS DE ARTE
De acordo com o MPF, o esquema funcionava através da aquisição e venda de obras de arte com valores sobrevalorizados, inclusive em nome de ‘laranjas’, simulação de venda de imóvel e de empréstimo e movimentação de valores milionários em contas abertas em nome de empresas offshore no exterior.
As propinas eram entregues em espécie em escritório de advocacia ligado à família Lobão no Rio.
R$ 1 BILHÃO EM 40 CONTRATOS
Os indícios para a operação foram obtidos através de depoimentos de colaboradores, registros de ligações e reuniões entre os investigados e registros em sistemas de controle de propinas.
A operação também investiga desvios em mais de 40 contratos firmados com as empresas Estre Ambiental, Pollydutos Montagem e Construção, Consórcio NM Dutos e Estaleiro Rio Tietê, que chegariam R$ 1 bilhão.
O nome da operação faz referência às transações feitas com obras de arte para dar aparência lícita aos valores obtidos indevidamente.
O DIA tenta contato com os citados na reportagem.(O Dia)