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Em entrevista histórica à TV JCO, Alexandre Garcia conversou de peito aberto, revelando detalhes de sua brilhante trajetória como jornalista.
Com 50 anos de carreira dedicados à comunicação, ele cobriu as guerras do Líbano, das Malvinas, de Angola e da Namíbia, e participou dos eventos políticos mais importantes do Brasil, como a promulgação da Constituição de 1988:
“Cheguei a andar com Constituição no bolso, sempre confiei. Mas estou vendo que as pessoas não dão bola para a Constituição. Está escrito que a casa é asilo inviolável, aí um deputado é preso em casa às onze horas da noite!
Está escrito que todos podem circular livremente pelo país em tempos de paz, mas não, os prefeitos proibiram as pessoas de circular e o Supremo deu poder aos prefeitos para fazer isso”, ressaltou.
Ainda no que diz respeito ao Supremo, o jornalista questionou inquéritos nos quais não houve o devido processo legal:
“A vítima é ao mesmo tempo, vítima, investigadora, promotora, Ministério Público, denunciante, juiz, executor… o nome disso é absolutismo”, alertou.
“Ver jornalistas defendendo a censura é masoquismo!”
Alexandre Garcia criticou também os ataques à liberdade de expressão. Vale lembrar que ele mesmo foi vítima da censura que avança no país:
“Quem diz que crítica é ameaça à democracia é tirano. A liberdade de expressão está prevista na Constituição, no artigo 220, o direito ao livre pensar. Ver jornalistas defendendo a censura é masoquismo!
A pessoa quer ser censurada, quer sofrer… Eu vejo agora no Distrito Federal, está liberado o uso de máscara, mas as pessoas continuam usando, a máscara já virou uma algema, o que é isso?!
Será que é um teste de totalistarismo? De absolutismo, de controle das pessoas? Pelo medo, pelo pânico? Aliás, os coleguinhas [jornalistas] ajudaram a impor o pânico”, lamentou.
Confira: