Político é alvo de uma operação para desarticular uma organização criminosa suspeita de diversos atos de corrupção
O ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda foi preso na manhã desta quinta-feira 26 pela Polícia Federal. De acordo com o canal Globo News, ele é alvo de uma operação para desarticular uma organização criminosa suspeita de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvio de verba pública, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
Ele foi detido em Brasília, no apartamento funcional da mulher, a deputada Dulce Miranda (MDB-TO) — que não é investigada. A PF cumpre 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva. A defesa do ex-governador afirmou não haver fatos que justifiquem o pedido de prisão.
Miranda, que foi eleito três vezes, também tornou-se o primeiro governador brasileiro a ser cassado duas vezes do cargo. Na última cassação, em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral considerou a chapa vitoriosa em 2014 culpada das acusações de abuso de poder político e econômico e arrecadação e gastos ilícitos durante a campanha.
O Ministério Público alegou que as irregularidades ficaram demonstradas com a apreensão de 500 mil reais em uma mochila e material publicitário em um avião e pela simulação de contratos para justificar movimentação de recursos.
A primeira cassação aconteceu em 2009, quando o TSE concluiu que houve irregularidades na campanha pela reeleição, em 2006, incluindo a doação de mais de 4 mil lotes e 80 mil óculos para eleitores e nomeações para cargos públicos. Por essa razão, não pôde assumir o cargo de senador para o qual foi eleito em 2010.
Fora da esfera eleitoral, Miranda também foi investigado na Operação Rei do Gado, que apurou um suposto esquema de lavagem de dinheiro em contratos de gaveta no valor de 200 milhões de reais, referentes à compra de fazendas e bois. (Veja)