Estadão Conteúdo – O ex-presidente boliviano Evo Morales deixou Cuba e chegou, nesta quinta-feira, à Argetina onde ficará com o status de refugiado para garantir sua proteção, informou o chanceler argentino, Felipe Solá. “Entrou na condição de asilado e depois passará a ter a de refugiado”, explicou Solá, a uma emissora local.
Evo estava no México, que lhe havia oferecido asilo político após sua renúncia, no dia 10 de novembro em meio a protestos, e à perda de apoio das Forças Armadas. Na semana passada, o ex-presidente viajou para Cuba para uma consulta médica. Há dois anos, ele fez um tratamento de uma infecção na garganta com médicos na ilha.
O ex-mandatário boliviano está “muito agradecido” de estar em Buenos Aires, segundo o chanceler argentino, que assumiu o cargo na terça, após a posse do novo presidente, o peronista Alberto Fernández. O ex-presidente boliviano viverá na Argentina com seus dois filhos, que chegaram a Buenos Aires no dia 23 de novembro, depois de permanecerem quase duas semanas na Embaixada do México em La Paz.
“Não sabemos onde será sua residência. Ele terá de comunicar isso no período oficial de refúgio. Ele se sente melhor aqui do que no México, que está longe, e seus dois filhos estão aqui”, ressaltou o chanceler argentino. “Queremos o compromisso de Evo de não fazer declarações políticas na Argentina. É uma condição que nós pedimos”.Evo chegou a Buenos Aires com o ex-vice-presidente Álvaro García Linera, a ex-ministra Gabriela Montaño e o ex-embaixador da Bolívia na OEA (Organização dos Estados Americanos), que também estavam exilados no México. Os integrantes da comitiva pediram asilo na Argentina, que foi concedido na noite de quarta pela chancelaria.
Ao chegarem à capital argentina, eles apresentaram o pedido de refúgio, que precisa ser outorgado pelo Ministério do Interior, caso seja verificado o cumprimento de uma série de requisitos.
Diferentemente do asilo político, concedido por um governo sem a necessidade de justificativa, o estatuto de refugiado é mais amplo e o motivo para outorgá-lo deve ser justificado. O refugiado tem mais direitos e obrigações, segundo as normas migratórias argentinas.