Na tarde desta quarta-feira (6), o comentarista Walter Casagrande anunciou ao público a sua saída da Rede Globo após 25 anos, despertando curiosidade sobre os motivos por trás da decisão, tomada num suposto “comum acordo” entre ambas as partes.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ex-jogador faz um longo “mi-mi-mi” sobre o assunto que mostraremos a seguir…
Na TV, as coisas são bem simples; o que dá audiência, fica; o que não dá, é eliminado.
Casagrande vinha puxando audiência para baixo, com seus enfadonhos monólogos políticos – em outubro de 2021 quando o Palmeiras venceu o Grêmio em Porto Alegre, empurrando o time gaúcho para o rebaixamento, o comentarista tentou marcar a invasão de campo na conta do presidente Bolsonaro – forçando a barra.
Qualquer um que tenha acompanhado o rebaixamento de um time tradicional sabe que a reação da torcida é, em geral, ríspida.
No Globo Esporte-SP, mais de uma vez, ele se contorcia para associar qualquer coisa de errado que acontecesse em campo para responsabilizar o governo Bolsonaro. Enquanto isso, a audiência em suas participações, ia despencando.
Tanto que meses atrás o principal locutor da casa, Galvão Bueno, pediu que ‘Casão’ não participasse mais de jogos onde ele fosse atuar como locutor – como Galvão narra os eventos mais importantes da Globo há décadas; isso na verdade era uma deixa para Casagrande pedir demissão – ele se fez de desentendido, aí a Globo desenhou…
Enxotado da Globo, ele foi choramingar no outro veículo que abandonou o jornalismo para fazer proselitismo político: a Folha de SP.
Ele falou sobre o que considera o principal fator que contribuiu para sua despedida da emissora. Segundo ele, trata-se do desgaste de sua relação com a nova direção da Globo, motivo pelo qual ele classificou sua despedida como um “alívio para os dois lados”.
“Mudou a direção, mudou o modo de dirigir e mudou também o tipo de escolhas dessa direção, né? Então, o alívio que eu digo é assim: talvez o meu perfil estivesse pesado para esse novo modo de dirigir o esporte.
E para mim também ficou pesado porque eu sou desse jeito, cara, eu não ia conseguir mudar o meu modo, eu sou crítico, eu sou muito realista nas minhas críticas.
Por exemplo, a Seleção Brasileira: eu sou crítico realista. Pra mim, [a Seleção] não jogou contra ninguém até agora, eu não consigo dizer que é favorita.
O caso do Neymar: faz quatro anos que ele não joga nada. Os últimos dois anos foram péssimos, muitas contusões, nessa Copa dos Campeões ele não fez nenhum gol, o PSG está querendo que ele saia e eu sou crítico”, assinalou.
Casagrande ainda negou que já tenha sofrido “censura” da Globo e disse que nunca lhe foi pedido que ele atenuasse seus comentários políticos.
“As minhas opiniões são bem claras, seria até absurdo eu não falar nada porque todo mundo sabe o que eu penso. Se acontece uma determinada situação e eu não falo nada, as pessoas vão dizer: ‘Pô, tô esperando esse cara falar alguma coisa e ele não vai dizer?’…”, pontuou.
Para pessoas próximas a Casagrande, seus comentários políticos contundentes durante suas avaliações esportivas podem ter pesado na decisão.
Outro fator apontado pelo site seria o salário elevado que ele recebia na emissora.
Recentemente, a Rede Globo vem dispensando diversos artistas e comunicadores consagrados da casa, que recebiam altas remunerações.
É o preço a se pagar por tanta “lacração”.
Eduardo Negrão, Consultor político e autor de “Terrorismo Global” e “México pecado ao sul do Rio Grande” ambos pela Scortecci Editora.
JCO