Nesta segunda-feira, 19, o programa Pânico recebeu o deputado federal gaúcho Marcel van Hattem (Novo). Em entrevista, ele afirmou estar desanimado com o próximo mandato do governo federal e teme censura por parte do STF. “Nao da para ficar muito animado com o cenário que a gente tem no Brasil hoje. Está complicado, o que a gente tem visto de censura e restrição de liberdade econômica, uma série de pessoas sendo perseguidas no Brasil, é muito triste para uma nação. Não imaginava que a gente ia chegar no ano de 2022 em um processo que a gente viu acontecer em tantos países, inclusive, por exemplo, na Venezuela”, disse. “Eu não sei se amanhã pode bater a Polícia Federal na minha casa, a gente não tem mais segurança jurídica no país. Aliás, ele [Alexandre de Moraes] me colocou num processo no qual eu sequer era parte interessada. Como é que eu sou incluído em um processo que eu nem estou dentro e meu advogado não teve acesso até o momento? Não sou bolsonarista, isso chegou em mim. O que eu percebo é que existe, sim, uma vontade de perseguir politicamente. Claro que houve também uma censura ao PCO, que é de esquerda radical, então está atingindo quem fala alguma coisa do STF.”
Quanto às expectativas para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que toma posse no próximo dia 1º de janeiro, Van Hattem supõe que as políticas do petistas podem se tornar alvo de protestos populares a nível nacional. “Tem a visão mais otimista e a mais pessimista, as duas envolvem muita desgraça. A mais otimista é que a desgraça vai ser tão grande que o Lula não aguenta muitos meses pela frente pela reação popular a um governo que vai afundar o país. Vão se juntar, como aconteceu no impeachment da Dilma. Ou a gente vai virar refém de uma ditadura construída pelo Judiciário com o Executivo, que nos levará num rumo tipo Venezuela, o que era impensável para o Brasil até poucos anos atrás”, refletiu. O parlamentar ainda opinou sobre a posição do presidente Jair Bolsonaro no atual momento político. “Eu vejo muita gente perdida porque ele é um líder muito relevante, o maior da direita dos últimos tempos. Por ser muito relevante na direita brasileira, obviamente o silêncio dele deixa as pessoas bastante desconfortáveis.”
Reeleito deputado federal neste ano, Marcel diz que pretende fazer um mandato combativo e afirmou não temer o ministro Alexandre de Moraes. “Eu não tenho sinceramente nada que me deixa apegado a bens materiais a ponto de me sentir ameaçado por uma multa do Alexandre de Moraes, só me move mais”, revelou. “Eu não estou aí para me martirizar, mas fui eleito deputado para fazer o que estou fazendo. Infelizmente muitos deputados foram eleitos com uma pauta, mas, no meio do caminho, se perderam, ou ideologicamente ou financeiramente. Uma pessoa que tem preço logo perde o seu valor, certo?”, concluiu.