Com quase 100 000 casos em 69 países e mais de 3 000 vítimas fatais, o surto de coronavírus tem causado preocupação e medidas extremas também no showbiz. Para conter a epidemia, normas rígidas de segurança que vêm sendo estabelecidas nos países afetados – entre elas, evitar aglomerações e viagens a locais de risco – já atingem em cheio a agenda cultural planeta afora. A música, o cinema e as artes não escaparam dos efeitos do surto: nas últimas semanas, shows foram cancelados, estreias adiadas e museus fechados na Ásia e na Europa. Confira:
Shows
Pelas redes sociais, os rockeiros do Green Day anunciaram que a atual turnê da banda não seguirá para a Ásia em março, como previsto anteriormente, mas terá datas remarcadas no futuro – mesmo caso da cantora Avril Lavigne, que se apresentaria em maio no continente. Alinhado às recomendações do governo sul-coreano de evitar eventos com grandes aglomerações, o grupo de k-pop BTS cancelou os shows que fariam na capital Seul em abril. Além dele, as bandas veteranas The National, New Order, Pixies e o rapper Khalid engrossam a lista de cancelamentos.
Cinema
Epicentro do surto, a China fechou as portas de cerca de 70 000 salas de cinema, forçando o adiamento da estreia de diversas superproduções no país. Entre elas, a versão live action de mais um clássico da Disney, Mulan, aguardado com ansiedade pela população por ser uma história ambientada na China. O longa corre ainda o risco de ter a sua estreia mundial, prevista para 26 de março, cancelada pela epidemia – destino que já atingiu 007: Sem Tempo para Morrer. Anteriormente confirmado para o início de abril, o último filme de Daniel Craig na pele do agente James Bond acaba de ser reagendado para novembro. Na Itália – país mais afetado da Europa – cerca de 50% das salas de cinema foram fechadas e grandes produções como O Homem Invisível, O Grito e Dois Irmãos (nova animação da Pixar) foram adiadas. A sequência de Missão Impossível, com locações no país, teve a produção interrompida, assim como o filme Red Notice, da Netflix. Segundo o Hollywood Reporter, entre bilheteria e produção, a perda para a indústria cinematográfica pode bater a casa dos 5 bilhões de dólares.
Museus
Mais de 9 milhões de visitantes transitam pelos corredores do Louvre anualmente – mas o medo do coronavírus fechou o museu mais visitado do mundo no último domingo 1º – suas portas só foram reabertas nesta quarta-feira 4. Na Itália, diversas instituições em Milão e Veneza foram fechadas e voltarão a receber visitantes com novas medidas de segurança – o The Peggy Guggenheim Collection, por exemplo, limitará o acesso de grandes grupos de pessoas. Na China, os museus seguem fechados desde janeiro em decorrência do surto, entre eles o Museu do Palácio, na Cidade Proibida de Pequim. No Japão, instituições como o Museu de Arte Moderna de Kyoto também foram fechadas temporariamente, assim como museus na Coreia do Sul.
Parques
Na Ásia, os parques temáticos também encerraram as atividades com a epidemia do coronavírus. Na China, o Shanghai Disney Resort está fechado desde janeiro, e não tem previsão de reabertura. Já no Japão, Tokyo Disneyland, Tokyo Disney Sea e Universal Studios Japão não receberão visitantes pelas próximas duas semanas. Com isso, a Disney prevê um prejuízo de até 175 milhões de dólares, segundo Christine McCarthy, diretora financeira da empresa.
Feiras e Eventos
Com o avanço do coronavírus na Inglaterra, a Feira de Livros de Londres, um dos maiores eventos literários do mundo, não acontecerá neste ano. O destino da Feira do Livro de Abu Dhabi é parecido, mas menos trágico: o evento, que aconteceria no início de abril, deve ocorrer apenas no fim do mês. Na Arábia Saldita, o Festival Internacional de Cinema Red Sea foi adiado. Mas a preocupação maior é o cultuado Festival de Cannes, na França. Nesta quinta-feira 5, a organização do festival soltou um comunicado garantindo que, até o momento, a realização está confirmada. Mas suas datas – entre 12 e 23 de maio – caem dentro do período em que o Ministério da Saúde francês recomendou o cancelamento de eventos com aglomerações de mais de 5 000 pessoas – o veto vai até 31 de maio.
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