De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 0,90% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Teve importante aceleração (aumentou mais) em relação ao verificado no mês anterior (quando havia sido de 0,35%) e ficou acima do índice nacional (que foi de 0,78%). Foi, porém, o mais baixo para um mês de fevereiro, na RMS, em três anos, desde 2021 (quando tinha sido de 0,67%). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 16 de janeiro a 15 de fevereiro.
O IBGE aponta que a prévia da inflação de fevereiro na Região Metropolitana de Salvador (0,90%) foi a 4ª mais alta entre os 11 locais pesquisados, abaixo apenas do verificado no município de Goiânia/GO (1,07%) e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte/MG (1,02%) e São Paulo/SP (0,93%). Todas as áreas tiveram aumento médio dos preços, segundo o IPCA-15.
Com esse resultado, o índice da RMS acumula alta de 1,25% nos dois primeiros meses de 2024. Também é o menor acumulado para esse bimestre desde 2021 (quando havia sido de 1,05%), mas está cima do registrado no Brasil como um todo (1,09%), sendo o 5º mais alto entre os 11 locais investigados separadamente. Já no acumulado nos 12 meses encerrados em fevereiro, o IPCA-15 da RMS está em 3,67% e é o 2º menor do país, seguindo abaixo do indicador nacional (4,49%) e acima apenas do verificado na RM Recife/PE (3,46%).
Educação segue com aumento importante em 2024 e ao lado de alimentação, puxam prévia da inflação de fevereiro na RMS
O IBGE acrescenta que o IPCA-15 de fevereiro na Região Metropolitana de Salvador (0,90%) foi resultado de aumentos nos preços de sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados para formar o índice. Como é costume ocorrer no mês, as despesas com educação (6,08%) tiveram o maior aumento e exerceram a principal pressão inflacionária. É em fevereiro que o IBGE capta a maior parte dos aumentos nas mensalidades escolares. Por isso os gastos com educação tradicionalmente têm impacto importante nos índices de inflação do mês (IPCA-15 e IPCA). A tendência se manteve em 2024 e, embora o aumento neste ano tenha ficado um pouco abaixo do verificado em 2023 (6,26%), foi o segundo mais elevado em sete anos, desde 2017 (quando a alta do grupo educação havia sido de 7,50%, na RM Salvador).
Os cursos regulares (escolas) aumentaram 7,84%, segundo o IPCA-15, puxados, mais uma vez, pelo ensino fundamental (9,78%), item que individualmente mais empurrou para cima a prévia da inflação de fevereiro, na RMS. Também exerceram importante pressões os aumentos significativos no ensino superior (4,69%), na pré-escola (10,19%) e no ensino médio (9,45%).
Mesmo com um aumento médio bem menor nos preços, o grupo alimentação e bebidas (1,11%) também teve impacto importante no sentido de elevar o custo de vida na Região Metropolitana de Salvador, segundo a prévia da inflação de fevereiro. Isso porque esse é o conjunto de despesas que mais pesam nos orçamentos das famílias da RMS e, logo, na composição do IPCA-15. Cerais, leguminosas e oleaginosas (7,29%) como o arroz (8,00%); tubérculos, raízes e legumes (6,91%) como a cenoura (41,54%, maior aumento dentre todos os produtos e serviços pesquisados mensalmente); e frutas (0,85%) como a banana-prata (9,21%) foram alguns dos produtos que mais influenciaram no resultado dos alimentos.
Por outro lado, os grupos habitação (-0,90%) e vestuário (-0,05%) tiveram deflações no IPCA-15 de fevereiro, na RMS, e contribuíram para evitar um aumento ainda maior do índice. A energia elétrica (-4,88%) foi o item que, individualmente, mais ajudou a segurar a prévia da inflação no mês, e as roupas infantis (-1,04%) também exerceram influência expressiva nesse sentido. Mesmo entre os grupos em alta, houve itens importante nas despesas das famílias que também mostraram queda média de preços, no IPCA-15 de fevereiro. Caso das passagens aéreas (-14,15%, maior queda média de preços entre todos os produtos e serviços pesquisados) e do pão francês (-2,71%), entre outros.