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ELEIÇÕES 2022: Presidente Bolsonaro chama de ‘estapafúrdia’ decisão do TSE que o proibiu de fazer lives no Alvorada

por Ornan Serapião
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Ministro Benedito Gonçalves, corregedor da Corte eleitoral, entendeu que presidente da República tem utilizado ‘estrutura da administração pública para satisfazer finalidades eleitorais’

Declaração de Bolsonaro foi dada neste domingo, 25, durante passeio de moto em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu, neste domingo, 25, à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o proibiu de fazer de lives de cunho político-eleitoral no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Em uma rápida conversa com jornalistas durante um passeio de moto por Brasília, o chefe do Executivo federal disse que fará uma transmissão ao vivo ainda hoje, sem especificar se será dentro do Alvorada, o que implicaria em descumprimento da ordem da Corte eleitoral. “Dispensa comentários”, iniciou o mandatário. “É uma decisão estapafúrdia. Invasão de propriedade privada. Enquanto eu for presidente lá é minha casa”, acrescentou. Questionado sobre a possibilidade de recorrer da decisão do ministro Benedito Gonçalves, corregedor do TSE, Bolsonaro desconversou: “Pergunta para a AGU [Advocacia-Geral da União]”.

Como a Jovem Pan mostrou, ao proibir Bolsonaro de realizar lives de cunho político-eleitoral no Alvorada e no Palácio do Planalto, o ministro Benedito Gonçalves atendeu a um pedido da campanha de Ciro Gomes (PDT). Segundo a coordenação jurídica do PDT, o mandatário do país tem utilizado as transmissões em suas redes sociais para pedir voto, valendo-se “da estrutura da administração pública para satisfazer finalidades eleitorais”, o que é proibido. “Os elementos presentes nos autos são suficientes para concluir, em análise perfunctória, que o acesso a bens e serviços públicos, assegurado a Jair Messias Bolsonaro por força do cargo de Chefe de Governo, foi utilizado em proveito de sua campanha e de candidatos por ele apoiados. O alcance do vídeo na internet ultrapassa 316.000 (trezentas e dezesseis mil) visualizações”, escreveu o corregedor do TSE.

Na quarta-feira, 21, Bolsonaro disse, em uma das lives, que faria transmissões ao vivo diariamente, justamente em razão da proximidade do primeiro turno da eleição, marcado para o dia 2 de outubro. Na decisão, o magistrado também mandou o YouTube, o Instagram e o Facebook retirarem do ar a transmissão da última semana. “Assim, faz-se necessário tanto determinar a remoção do material potencialmente irregular quando vedar que seja reiterada a conduta – especialmente em razão do anúncio de que as lives poderão ser veiculadas diariamente até a véspera do pleito”, diz outro trecho da decisão. O presidente da República não foi o primeiro integrante da campanha a criticar a decisão do TSE. Pelo Twitter, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) Fabio Wajngarten, chefe de comunicação da campanha à reeleição, disse que a proibição “é o maior absurdo jurídico que já testemunhei em toda a minha vida”. “Proibir o presidente Jair Bolsonaro de fazer lives da sua própria casa é o maior absurdo jurídico que já testemunhei em toda a minha vida. Vou propor para fazermos as lives da calçada da rua. Venceremos mesmo assim”, escreveu na rede social.

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