Entidades gaúchas alegam que, em até 30 dias, o estado tem condições de normalizar o abastecimento
Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul recorreram ao Ministério da Agricultura e pediram revisão das medidas adotadas pelo governo federal devido às enchentes no estado.
Na última sexta-feira (24), o presidente Lula (PT) liberou R$ 7,2 bilhões para a compra de arroz importado, com o objetivo de garantir o abastecimento em todo o país, que pode ser afetado em razão das cheias no estado gaúcho. O Rio Grande do Sul é responsável pela produção de 70% do arroz consumido no país.
Nesse sentido, entidades gaúchas do setor solicitaram o cancelamento do leilão de compra pública de arroz e a revisão da isenção do imposto de importação de alguns tipos do cereal.
“Solicitamos novamente a não intervenção do governo no mercado. Já explicamos ao governo que o que ocorre são problemas logísticos e de emissão de nota fiscal e não de oferta de arroz, pois o que houve foi um gargalo momentâneo”, disse o presidente da Federarroz, Alexandre Velho, ao Broadcast Agro.
O chefe da entidade acredita que, em até 30 dias, o estado tenha condições para realizar normalmente o abastecimento de arroz. Com isso, segundo Velho, não há necessidade para a importação.
Produtores de arroz argumentam que a oferta pelo governo de arroz a R$ 4 por quilo está descasada do mercado mundial e do preço médio do produto de R$ 5/kg a R$ 6/kg.
“Isso vai trazer desestímulo ao produtor para manter área de produção com preços abaixo do custo de produção e voltaremos a diminuir área plantada, o que foi a tônica durante o mercados nos últimos dez anos com dependência do mercado externo”, disse Alexandre.