Diante dos juros mais altos do mundo, acima de 450% ao ano, o Banco Central (BC) e o Congresso Nacional analisam formas de limitar em até 100% os juros ou até mesmo proibir a modalidade de parcelamento nas vendas. Em entrevista à Jovem Pan News, o economista André Sandri aponta que a limitação poderia afetar mais de 40% do mercado nacional: “Seria algo ruim para a economia brasileira e para o brasileiro como um todo (…) Principalmente porque muitos de baixa renda contam com o valor do parcelamento sem juros para realizar sonhos, fazer pagamentos e para incorporar ao salário”. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva aponta que 115 milhões de brasileiros adquiriram grande parte dos seus bens por meio do parcelamento no cartão de crédito e que 67% dos entrevistados são contra o fim desta modalidade. O levantamento aponta que 76% dos entrevistados fizeram uso do parcelamento nos últimos 12 meses, em eletrodomésticos, celulares, viagens, calçados, roupas, educação e cursos.
Ainda assim, rotativos com juros que chegam a cerca de 500% ao ano prejudicam a vida de milhões de cidadãos. “Como o brasileiro não tem educação financeira, infelizmente este parcelado se torna o rotativo (…) Com uma abertura de economia com mais bancos e mais fintechs trazendo esse tipo de produto, trazendo crédito, a gente vai ter uma redução. Com essa redução forçada pelo lado da política, do governo forçando isso, a taxa de crédito que está em 445% vai ir para 100%. O que deve ocorrer? Bancos e financeiras vão reduzir o crédito”, argumenta Sandri.