O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu de promover o leilão do arroz, visando controlar os preços do produto em negociação com o agronegócio. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Palácio do Planalto constatou que os preços estão controlados e agora pretende apenas monitorar a situação. Os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, juntamente com a Conab (Companhia Brasileira de Abastecimento), estão em processo de negociação para a assinatura de um termo de compromisso. O objetivo é garantir o envio de mais produtos em locais com eventual desabastecimento, evitando assim a elevação dos preços. Internamente, membros do governo já se posicionavam contra o leilão, alegando que não havia indícios de escassez de arroz devido às chuvas no Rio Grande do Sul. O leilão, que foi uma iniciativa do governo Lula após as chuvas no Sul do país, foi duramente criticado pela oposição e pelo agronegócio. Das quatro empresas vencedoras, uma era uma loja de laticínios e outra tinha como sócio um empresário envolvido em casos de propina. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, foi demitido juntamente com outros membros ligados ao leilão. Geller afirmou que as denúncias foram ampliadas para atingi-lo, pois não teve participação na elaboração do plano. A ASR Locação de Veículos e Máquinas, com sede em Brasília, foi a segunda menor arrematante do leilão. Seu único sócio, Crispiniano Espindola Wanderley, defendeu a seriedade da empresa, que possui mais de dez anos de experiência. Wanderley também participa de outras empresas de transporte e de um instituto de perícia forense. Em um depoimento, ele mencionou ter pago propina a um deputado federal para fechar um contrato de ônibus com a cooperativa que presidia.
ECONOMIA: Ministro da Agricultura diz que o governo federal desistiu do leilão do arroz
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