O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou nesta terça-feira (25) sobre a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, destacando que o documento está muito aderente ao comunicado anterior. Segundo Haddad, a ata não trouxe novidades significativas, o que seria positivo, pois transmite a ideia de que houve uma interrupção do ciclo de cortes nos juros para avaliar o cenário interno e externo antes de tomar novas decisões. Ele ressaltou que a diretoria do Banco Central fala em uma interrupção do ciclo, o que considera uma diferença importante. “Eu dei uma passada de olho agora pela manhã e penso que a ata está muito aderente ao comunicado, não tem nada de muito diferente do comunicado, o que é bom, e transmite a ideia de que está havendo interrupção para avaliar o cenário externo e interno para que o Copom fique à vontade para tomar decisões a partir de novos dados”, disse o ministro.
Haddad também fez uma avaliação da situação, destacando que é acertado evitar críticas ao Banco Central para não impactar negativamente o mercado financeiro. Ele explicou que críticas poderiam levar à alta do dólar e das taxas de juros futuros, afetando a economia e, consequentemente, a popularidade do governo. O ministro destacou que a ata não trouxe novidades em relação ao comunicado, mas a questão agora é como o Banco Central se comportará após a troca de diretoria, especialmente em relação à tolerância com a inflação e à manutenção da taxa de juros. O ministro também mencionou o voto de Gabriel Galípolo, indicado como diretor de política monetária do Banco Central e favorito para ocupar a presidência da instituição. Haddad destacou que a avaliação do voto de Galípolo está embutida em sua própria avaliação da ata.
O homem que responde pela Fazenda no governo Lula ressaltou que há um alinhamento entre o comunicado e a ata, indicando um entendimento entre os diretores e o presidente do Banco Central, inclusive aqueles nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Haddad concluiu que é importante manter um comportamento de apoio à ata do Banco Central, comparando-a a uma “canja de galinha” que, se não cura, também não faz mal. Ele enfatizou que a estabilidade e a previsibilidade são essenciais para a confiança do mercado e para a saúde econômica do país, e que a continuidade do diálogo entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central é fundamental para alcançar esses objetivos.