ECONOMIA: Dólar sobe com PIB da China e greve de servidores no radar; Bolsa cai

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Investidores analisam impactos que mobilização de funcionários públicos terão nas negociações por aumento salarial

Dólar abre semana em alta com PIB da China e pressão de servidores por reajustes

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo negativo nesta segunda-feira, 17, em um dia de negócios limitados pelo feriado nos Estados Unidos e com a repercussão da alta do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2021. Na cena doméstica, investidores acompanharam dados de alta das atividades econômicas em novembro e as pressões que as mobilizações de servidores por reajustes podem ter no risco fiscal. O dólar encerrou o dia com alta de 0,24%, cotado a R$ 5,527. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,541, enquanto a mínima não passou de R$ 5,495. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou com queda de 0,52%, aos 106.373 pontos.

O departamento de estatísticas da China anunciou nesta manhã avanço de 8,1% da economia no ano passado, o melhor resultado em uma década. Apesar do patamar positivo, os dados também apontaram para a desaceleração da segunda maior economia do mundo no fim do ano com avanço de 4% do PIB no quarto trimestre, ante alta de 4,9% nos três meses anteriores. Também na pauta internacional, mercados em todo o mundo especulam a alta dos juros nos Estados Unidos após os últimos dados da inflação e do mercado de trabalho. A elevação da taxa deve atrair dólares para o Tesouro norte-americano, impactando na redução de investimentos em mercados mais arriscados, como os emergentes.

Na pauta doméstica, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,69% em novembro, o primeiro resultado positivo após três meses de queda, segundo dados divulgados pela autoridade monetária. Ainda no cenário local, investidores aguardam pelos efeitos que a paralisação de servidores nesta terça-feira, 18, terá nas negociações por reajustes salariais. A mobilização é organizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que reúne 37 entidades associativas e sindicais e representa mais de 200 mil servidores. A equipe econômica se posicionou contrária à concessão de aumentos. Análises dentro e fora do governo dão como certa a quebra do teto de gastos caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) autorize os reajustes. A medida deve levar ao aumento da percepção de expansão dos gastos públicos, impactando diretamente na manutenção da inflação elevada e na necessidade de aperto dos juros. (JP)