Transbordamento da Barragem da Mina Pau Branco, da mineradora Vallourec, já deixa cinco mortos
O deslizamento provocado pelo transbordamento de dique de uma barragem da mineradora Vallourec em Nova Lima (MG), região metropolitana de Belo Horizonte, no sábado (8), causou a morte de cinco membros de uma mesma família. A família estava de carro na Serra da Moeda, em Brumadinho, a caminho do Aeroporto Internacional de Confins.
A professora universitária Deisy Lúcia Cardoso Alexandrino Santos, seu esposo, Henrique Alexandrino dos Santos, os dois filhos do casal, Vitor e Ana, (6 e 3 anos), e um parente, Geovane Vieira Ferreira, morreram soterrados. Eles também eram parentes do secretário de saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, quem confirmou as mortes.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, a estrutura de contenção de água na Barragem da Mina Pau Branco, da mineradora Vallourec, não suportou o grande volume de chuvas e o transbordamento atingiu a BR-040.
A família desviou do deslizamento na estrada e pegou um caminho alternativo, mas acabou sendo soterrada. Os corpos das vítimas foram encontrados nesta segunda-feira (10).
A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) divulgou nota lamentando o falecimento da professora e seus familiares.
“A professora Deisy deixa seu legado na UEMS, embora tenha atuado por apenas quase seis anos, demonstrou ser uma profissional de altíssimo nível, e uma pessoa capaz de colaborar com o crescimento coletivo. A família que conhecemos do curso de Agronomia de Aquidauana lamenta estas perdas, e eleva aos familiares e amigos nosso profundo pesar”, disse o curso de Agronomia da instituição, em nota.
Segundo o portal Observatório da Mineração, o licenciamento da pilha de dejetos foi aprovado às pressas no início de 2021 pelo governo de Romeu Zema, sob pressão da mineradora francesa.
Moradores de Brumadinho preocupados
Com as recentes enchentes no estado de Minas, o medo voltou a aterrorizar os moradores de Brumadinho, cerca de três anos após o rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, controlada pela Vale. O crime ambiental provocou a morte de 272 pessoas.
Alexandra Andrade, nascida em Brumadinho, perdeu um irmão, um primo e vários amigos em 2019. Ela precisou se submeter a tratamento de terapias alternativas.
“O cenário atual em Brumadinho é de calamidade pública. Nós estamos sofrendo com as enchentes. Vários bairros e localidades do interior estão sem passagem, ou seja, as pessoas estão ilhadas”, declarou Alexandra, em entrevista à Fórum.
Alexandra denunciou que “há muitas barragens em situação de risco e há poucos fiscais. É preciso mais investimentos em fiscalização e que atuem com prevenção. Isso é o mais importante, não deixar que aconteça”.
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