CUIABÁ – Triplo atropelamento: bióloga e sobrevivente vão responder por homicídio

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Lidiane Barros, lidiane.barros@olivre.com.br

Tanto a bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, que atropelou três jovens na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, quanto a vítima sobrevivente, Hya Girotto Santos, foram indiciadas em inquérito da Polícia Civil. O acidente aconteceu em frente à boate Valley, no dia 28 de dezembro de 2018.

As investigações do delegado Christian Cabral, titular da Delegacia de Trânsito (Deletran), determinaram que Rafaela deve ser indiciada por homicídio doloso, quando se assume os riscos de matar, e Hya, culposo, quando não se tem a intenção de matar.

O inquérito concluiu que “mesmo ciente da sua incapacidade psicomotora para conduzir veículo automotor, em razão de notório estado de embriaguez, ela estaria conduzindo o veículo pela faixa esquerda em velocidade pouco superior à máxima regulamentada para o trecho”.

Nas proximidades da Valley, Rafaela atropelou três pedestres: Millena de Lacerca Inocêncio e Ramon Alcides Viveiros, que vieram a óbito, e Hya, que sofreu várias lesões graves e chegou a correr risco de vida.

No indiciamento de Rafaela, o delegado avaliou que, apesar de a via estar bastante movimentada, a motorista tinha plena visibilidade da situação e da presença das vítimas Myllena e Ramon, já parados sobre a faixa a qual seguia.

Mas que não teria reduzido a velocidade como outros veículos faziam e tampouco teria feito qualquer manobra para tentar se desviar das vítimas.

Já no caso de Hya, ele ressaltou que Millena e Ramon já teriam alcançado a faixa esquerda da via (terceira faixa da direita para esquerda), estando a menos de 2 metros de acessarem a faixa de estacionamento (quarta faixa da direita para esquerda) e concluir em segurança a travessia da pista, quando Hya chamou a atenção para si.

“Ela teria adentrado na faixa central da mesma (segunda faixa da direita para esquerda), passando a desenvolver uma performance de dança neste local. No mesmo instante Millena e Ramon teriam interrompido a travessia girando seus corpos para a direita e, assim, ficando de costas para o fluxo da via, aparentemente para visualizarem o comportamento de Hya e permanecido nesta posição sem condições de perceber aproximação do veículo conduzido por Rafaela”, diz trecho do documento da Polícia Civil.

E foi assim que fatidicamente foram atropelados sem quaisquer condições de esboçar reação, declara o delegado.

Para ele, a análise revela que Hya teve um comportamento imprudente que retardou a conclusão da travessia das vítimas e dispersou a atenção das mesmas, fazendo com que ficassem em situação de perigo e sem chance de reagir.

Ambas serão interrogadas sobre as novas acusações.

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