Médicos do Instituto de Infectologia Emílio Ribas assumiram que só podem receber um paciente caso alguém ganhe alta ou venha a óbito
RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
NATÁLIA LÁZAROnatalia.lazaro@metropoles.com
Médicos da linha de frente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, confessaram que já precisam escolher qual paciente será encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), por conta do novo coronavírus. O depoimento foi feito pelo supervisor da unidade, Jaques Sztajnbok, à GloboNews, nesta terça-feira (21/04). “Quando eu tenho zero vagas e olho [no sistema] que há seis solicitações para uma vaga, a situação já se delineia. Quando aparece uma vaga e essas mesmas solicitações continuam lá, essa escolha acaba sendo indiretamente efetivada. Mesmo sem a dramaticidade de estar com os dois pacientes na minha frente, com um único aparelho”, contou. Todos os 30 leitos da UTI do hospital já estão ocupados. O local, que é referência na área de infectologia, só pode receber um paciente caso alguém ganhe alta ou venha a morrer. O especialista não sabe dizer quando será o pico da doença, mas espera que o governo contribua no tratamento do grande número de infectados. “O que a gente sabe é que já estamos lotados. Então, se não estivermos no pico ainda, é bom que as autoridades corram, porque em algum lugar nós vamos ter que internar esses pacientes”, disse.Além disso, um dos problemas relatados pelo médico é que o tempo de internação pode variar entre duas a quatro semanas.São Paulo é o epicentro da pandemia no país. Até esta segunda-feira (21/04), foram confirmados 14.580 infectados e 1.037 óbitos no estado.