Ainda lembro da euforia adolescente de passar pelo quebra-molas do Katikero pra ver quem tava, e de ir andando tomar um sorvete na Bobbys, coisinhas simples que o tempo (e outras coisas mais) nos furtou!
Olha, olha, se não é o aniversário da centenária Itabuna! Com um tiquinho a mais de experiência, diga-se de passagem, afinal, temos um treze a mais aí, o que, sei lá por qual motivo, reanimou os petistas geraldistas. Aiai, só eu tomando um café pra acompanhe essa celeuma…
Cinco horas da manhã de hoje a alvorada deu o ar da graça. E nem precisava estar em revoada, comendo aquele tradicional sarapatel no Galo Vermelho, pra escutar. Tomei um susto com a quantidade de fogos e prontamente lembrei: é aniversário dela, da diferenciada! Oh terra pra ter personagem, né?! Jorge Amado, se deu foi bem, mas se tivesse nascido por agora teria histórias ainda mais, digamos, #diferentes. Uma sentadinha no Senado da Cinquentenário e pronto, era certo escrever uns três livros por mês. Dois ou três grupos de políticos & personalidades no WhatsApp e, pronto!, o Oscar da criatividade tava garantido! Sei não se Marco Wense iria gostar disso, viu?! Sei não!
Só sei que cinco horas da manhã e eu acordada, com uma gripe danada. Cresci com meus pais dizendo que Itabuna é muito úmida, e por isso a gente sofre tanto de rinite, sinusite e esse tanto de ite que só existe pra nos confundir. “Mas é ótimo pro cacau!”, escutava. E confusa mesmo eu fico quando leio nos Instagram de fuxico que Itabuna nunca foi a terra do fruto de ouro, e sim a colega vizinha. “Como é, amigo?” Você pode até dizer que o negócio caiu e abalou a cidade, mas você não pode nos negar esse passado. E, olha só, de reviravolta Itabuna entende, viu?! Porque ela foi lá e aprendeu a se virar e se sustentar com um comércio aquecido e importante para toda a região. Eu fico triste quando vejo o Centro tão sem expressão, sem beleza, sem vida. Poderia estar melhorzinha, né não, Mauro?! Vai que é tua, secretário!
E para finalizar, digo que Tabocas (chamada assim carinhosamente quando rola um fuxico grande) é, sim, um lugar legal pra se viver, desde que você saiba viver nela. Ainda lembro da euforia adolescente de passar pelo quebra-molas do Katikero pra ver quem tava, e de ir andando tomar um sorvete na Bobbys, coisinhas simples que o tempo (e outras coisas mais) nos furtou! Cidade quando cresce, ganha muito. E perde um tanto, também. Tabocas vive nessa linha tênue entre a evolução e a simpatia cordial de antigamente, e talvez as próximas gerações possam dizer o que deu e o que não deu certo. “Ah, mas a gente pode, sim, dizer que nossa cidade tá super diferente!” “Como é, amigo?”
*Manu Berbert é publicitária.