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CIÊNCIA E TECNOLOGIA: A face humana de EVA

por Ornan Serapião
3 minutos para ler

Cientistas da Universidade Columbia, nos EUA, criaram um robô que tem a capacidade de repetir feições comuns de qualquer pessoa em seu rosto de metal

EMOÇÕES O EVA tem mudanças faciais básicas e consegue expressar sentimentos como raiva, alegria e medo (Crédito: Columbia University/divulgação)
Columbia University/Divulgação

O ambiente de laboratório geralmente é tranquilo e silencioso. A principal companhia de um cientista quase sempre é a sua própria consciência. Quando, numa manhã qualquer em que cuidava de suas tarefas diárias, há cinco anos, o professor Hod Lipson, chefe do departamento de engenharia mecânica e robótica da Universidade Columbia, em Nova Iorque, olhou, de supetão, para o rosto de um robô experimental no qual estava trabalhando. Como um amigo de todos os dias, a máquina retribuiu o olhar com largo e amigável sorriso. Foi aí que começou a pesquisa do Eva, invento composto de ferro, borracha e eletrodos, mas com a capacidade de representar expressões faciais humanas básicas, como raiva, nojo, medo, alegria, tristeza e surpresa. “Sabia que era puramente mecânico, mas me vi sorrindo de volta por reflexo”, lembrou Lipson.

“Eu sabia que era puramente mecânico, mas me vi sorrindo de volta por reflexo” Hop Lipson, cientista da Universidade de Columbia

A equipe do professor Lipson que desenvolveu o circuito cerebral do Eva, induziu-o a dois aprendizados principais. Primeiro, aprender a controlar um sistema complexo de músculos mecânicos capazes de puxar e relaxar pontos específicos de seu rosto azul para imitar os movimentos de mais de 42 minúsculos músculos presos em várias partes da pele e dos ossos de um rosto humano. Depois, saber quais expressões fazer ao “ler” imagens de rostos de pessoas comuns, gravados de forma aleatória. Foi dessa maneira que os pesquisadores treinaram o software da máquina para que imitasse a face e a voz humana. O EVA conta com inteligência artificial que lhe permite reconhecer os rostos de pessoas em tempo real.

Denis Shirazi é CEO e Fundador da 20DASH, startup que desenvolve soluções interativas personalizadas utilizando tecnologia. Ele acredita que o EVA é definitivamente um avanço para o que a sociedade sempre buscou: máquinas construídas pelo homem que sejam sua imagem e semelhança, e que possam realizar atividades básicas. “Quem não gostaria de acordar com um autônomo para lhe servir o café?”, questiona. Neste momento, os robôs estão à nossa mão e no nosso cotidiano. Celulares reconhecem o rosto para o desbloqueio da tela e criam emojis que respondem às nossas expressões. Assistentes pessoais ganham cada vez mais importância nass nossas residências. As expressões faciais nos rostos de robôs são um diferencial para criar máquinas que, futuramente, vão estar em contato direto com as pessoas, em escolas e hospitais, por exemplo. E já que é para ter um robô, então que seja simpático e educado. (istoe)

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