Maria Cecilia Silva de Souza, de 4 anos, foi encontrada morta no Rio do Corvo — Foto: Arquivo Pessoal
Imagem mostra menina de 4 anos com pai antes de desaparecer e ser encontrada morta em rio no PR; ele é suspeito de matar a filha
Imagens de câmeras de segurança divulgadas pela Polícia Civil mostram o momento em que o pai de Maria Cecília Silva de Souza, de 4 anos, encontrada morta no sábado (13) em Terra Rica, noroeste do Paraná, pega a menina na casa da mãe e entra no carro antes do desaparecimento.
O vídeo, gravado perto das 14h mostra Nadiro da Silva de Souza chegando no trabalho da ex-companheira que entrega a filha para o homem. A criança abraça o pai, entra no carro e os dois vão embora.
Beatriz Silva Félix, mãe da menina, contou a polícia que entregou a filha ao ex-companheiro, mas não recebeu mais notícias dela. O corpo de Maria foi encontrado com sinais de asfixia dentro do Rio do Corvo, afluente do Rio Paranapanema, conforme a polícia.
Equipes do Corpo de Bombeiros estão fazendo uma varredura no local onde a menina foi encontrada para tentar localizar o suspeito.
De acordo com o tenente Kamei as buscas pelo homem entram no terceiro dia e, na manhã desta terça-feira (16), foi ampliado o raio de buscas no local.
“Hoje vamos ao local continuar as buscas e aumentar o raio até que seja descartado ou encontrado o corpo. Se corpo estiver ali mesmo, entre três a quatro dias o corpo começa a boiar”, disse.
Imagens mostram momento antes de criança de 4 anos ser encontrada morta dentro de rio, no Paraná; pai da menina é o principal suspeito — Foto: Reprodução/PCPR
Segundo o delegado Samuel Solto Ribeiro, a polícia acredita que a motivação do crime seja a de que o suspeito não aceitava o término do relacionamento com Beatriz, nem que ela possuísse a guarda da menina.
“Ele queria ser o principal educador da menina e ter a guarda dela”, disse.
Relembre o caso
Maria Cecilia Silva de Souza, de 4 anos, desapareceu em Terra Rica, no noroeste do Paraná, após ser ameaçada pelo próprio pai, Nadiro da Silva de Souza, segundo a Polícia Militar (PM). A situação aconteceu na sexta-feira (12). O corpo dela foi encontrado no sábado (13) dentro do Rio do Corvo, afluente do Rio Paranapanema, com sinais de asfixia. Em entrevista à RPC, a mãe da criança, Beatriz Silva Félix, disse que o pai da menina, Nadiro da Silva de Souza, enviou uma foto da filha amarrada por meio de um aplicativo de mensagens. Entre outras mensagens, Nadiro ainda disse que “Ela já está morta” e “Você nunca mais vai ver ela” para a ex-companheira. O casal ficou junto por quatro anos. Por conta de um acordo judicial, Nadiro ficava com a garota nas tardes de folga, como na sexta-feira (12), data em que os dois desapareceram. Nos quatro anos em que ficaram juntos, Beatriz afirmou que passou a sofrer violência doméstica nos últimos meses do relacionamento. Com informações do G1.
A Polícia Civil ouviu nesta segunda (17) a ex-jogadora de vôlei investigada por agredir um entregador, em São Conrado, na zona sul do Rio. Além da lesão corporal, ele é suspeita de cometer injúria racial. Sandra Mathias, 53, havia sido convocada para depor na quarta (12), mas a defesa dela solicitou o adiamento da data. O advogado Roberto Butter apresentou à polícia um atestado do qual consta que ela estaria machucada e pediu que seja submetida a exame de corpo de delito para avaliar possíveis lesões. Ela chegou à 15ª delegacia, na Gávea, pouco antes das 14h. Ela permaneceu na unidade por cerca de três horas e saiu do local em silêncio. A polícia não divulgou o conteúdo do depoimento. Procurado, Butter afirmou que Sandra não pode comentar as acusações porque as investigações estão sob sigilo. A polícia não confirmou essa informação. A ex-atleta foi flagrada agredindo Max Angelo dos Santos, 36. Imagens que circularam nas redes socais mostraram o momento em que ela pega a guia de um cachorro e avança para cima do entregador, que é negro, atingindo-o nas costas. O caso aconteceu no Domingo de Páscoa (9) na estrada da Gávea, em frente a uma base de uma plataforma de entrega. De acordo com testemunhas, a confusão teria começado após a moradora ver entregadores andando de moto na calçada. Na gravação, é possível ver quando Sandra puxa a camisa do entregador e acerta um soco na cabeça dele. Max se afasta da mulher, mas ela solta a guia do cachorro e a utiliza para atingir Max. Uma testemunha já foi ouvida pela polícia, e outras três pessoas que presenciaram as agressões são esperadas para prestar depoimento. Max passou por exames no IML (Instituto Médico-Legal), que confirmaram os hematomas causados pela agressão. Ele afirmou à polícia que Sandra já tinha xingado os profissionais no último dia 4. No dia 9, ela teria voltado ao local e cuspido no chão próximo a um grupo de entregadores. De acordo com os relatos, ela discutiu com uma entregadora e mordeu a perna dela. A entregadora conseguiu escapar, e Sandra voltou-se para Max iniciando as agressões. De acordo com a delegada Bianca Lima, responsável pelo caso, Sandra já tem passagens na polícia por ameaça, lesão corporal e fraude em licitação. (Folhapress)
As vítimas fatais do atentado são três mulheres, três homens e uma criança menor de sete anos
Sete pessoas morreram em um atentado ocorrido no México
Sete pessoas, incluindo um menor de idade, foram mortas neste sábado, 15, por um grupo armado que invadiu um resort em La Palma, no Estado de Guanajuato, centro do México, gerando cenas de pânico entre as famílias presentes. De acordo com a prefeitura de Cortázar, município onde ocorreu o atentado, as vítimas são três mulheres, três homens e uma criança menor de sete anos. Além disso, uma pessoa ficou gravemente ferida. Segundo as forças de segurança, os responsáveis pelo incidente são “indivíduos armados” que chegaram por volta das 16h30 locais (19h de Brasília) “para realizar o ataque”. Os agressores, que se dirigiram a um grupo de pessoas, destruíram um estabelecimento do resort e levaram as câmaras de segurança, detalharam as autoridades. Um vídeo do portal de notícias “Debate Noticias”, do Estado de Querétaro (centro), feito por um homem que estava no local, mostra espessas nuvens de fumaça, aparentemente pelos disparos, e as vítimas caídas no chão, algumas ainda nas cadeiras onde estavam sentadas. Também é possível ver várias pessoas, incluindo menores de idade e adolescentes, correndo para se protegerem dos tiros ou para se reunirem com suas famílias. O ataque, sem precedentes em meio à onda de violência que atinge o México, ocorreu no último dia das férias escolares da primavera. O resort, vizinho a um campus universitário, foi cercado por militares e policiais estaduais. Guanajuato, um próspero estado industrial, se tornou um dos mais violentos do México devido à disputa entre os grupos Santa Rosa de Lima e o Cartel Jalisco Nueva Generación, associados ao roubo de combustível e ao tráfico de drogas. Desde dezembro de 2006, quando o governo mexicano lançou uma controversa estratégia militar antidrogas, foram registrados mais de 350.000 assassinatos na região, a maioria atribuída ao crime organizado, segundo dados oficiais.
En Guanajuato la delincuencia organizada se estructura desde el gobierno del estado. El Cártel es el PAN de Vicente Fox y Diego Sinhué.
El PAN trae su pequeña guerra absurda. Defendiendo a su Cártel.
Taylen Mosley, de 2 anos, e Pashun Jeffrey, de 20 anos, foram assassinados por Thomas Mosley
Um homem de 21 anos está sendo acusado de ter matado o filho de dois anos, Taylen Mosley, que foi encontrado na boca de um jacaré, e esfaquear mais de 100 vezes a mãe do garoto, Pashun Jeffrey, de 20 anos, que também faleceu. Tudo teria acontecido depois da festa de aniversário, informou o “Tampa Bay Times”. Após os parentes irem embora, informações do telefone da vítima registram a movimentação do aparelho indo de sua casa até o lago – lugar onde o garoto foi encontrado. Thomas Mosley, pai da criança, tinha sido visto na casa de sua mãe 20 minutos após o registro de telefone e, na sequência, deu entrada em um hospital para tratar um ferimento. O corpo da mulher foi encontrado no chão do banheiro ao lado de uma pegada ensanguentada. “Um dedo ensanguentado foi encontrado dentro de uma garrafa debaixo da cama na casa da vítima. O dedo foi identificado como sendo do acusado”, disse a juíza”, declarando que essa é uma das provas que liga o pai da criança ao crime. As causas da morte do menor ainda não estão claras, contudo, a polícia aguarda detalhes do médico legista para saber se o jacaré teve envolvimento na morte da criança ou não. Os detalhes do assassinato foi revelado após Mosley, que está em um hospital para tratar um ferimento, ser preso e acusado de duplo homicídio. Ele recebeu a acusação de crime pela juíza Patrice Moore. Segundo declaração da juíza, as vítimas foram assassinadas no dia 29 de março. Assim que sair do hospital, Mosley vai ser direcionado para a cadeia de Pinellas County, na Flórida, onde ficará preso, segundo imprensa local.
Reforço de segurança da Força Nacional no Rio Grande do Norte ajuda a prender mais suspeitos de ações de vandalismo no Estado
Desde a noite da segunda-feira da semana passada, 13, o Estado do Rio Grande do Norte tem registrado uma onda de violência em dezenas de cidades, inclusive em Natal, capital potiguar. Há registros de criminosos disparando tiros contra prédios de instituições públicas e ateando fogo em carros e ônibus parados nas ruas. Segundo o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do RN, coronel Francisco Canindé, a onda de violência foi motivada por insatisfações de presidiários com o sistema carcerário, tendo sido comandada de dentro dos presídios. Até domingo, 19, foram registrados um total de 284 ataques, de acordo com os dados divulgados pela secretaria. Apesar do grande volume, no domingo foram registradas apenas 7 ocorrências, o que representa uma redução de 93% em comparação com os 105 ataques registrados na terça-feira, 14. Além disso, até as 10h desta segunda-feira, 20, foram presos 137 suspeitos.
Entre os detidos, estão 6 adolescentes, 14 foragidos da Justiça recapturados, 1 tornozelado preso com arma de fogo, 1 tornozelado com galão de gasolina e 1 tornozelado com grande quantidade de drogas. Foram apreendidas 38 armas de fogo, 5 simulacros de arma de fogo, 106 artefatos explosivos, 28 galões de combustíveis, 14 motos, 2 carros, além de dinheiro, drogas e munições. Neste sábado, o governo federal confirmou o envio de mais 100 agentes da Força Nacional de Segurança ao Estado para auxiliar no combate ao crime organizado. “Estamos com mais de 500 integrantes da Força Nacional e de forças federais atuando no Rio Grande do Norte, em auxílio ao governo do Estado. Determinei agora a destinação de mais 100 policiais”, escreveu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, no Twitter.
Confira o balanço completo do número de ataques no Estado:
Bandidos ateam fogo e atacam prédios públicos no Rio Grande do Norte
O Rio Grande do Norte continua vivendo dias de caos e terror, com ataques organizados de bandidos a pelo menos 14 cidades do Estado, incluindo a capital Natal, desde a noite da última segunda-feira, 13. Há registros de criminosos disparando tiros contra prédios de instituições públicas e ateando fogo em carros e ônibus parados nas ruas. A situação permanece longe da normalidade, inclusive com o transporte público suspenso na capital potiguar, mesmo com a presença de mais de 200 homens da Força Nacional e outros 30 agentes penitenciários federais, que foram enviados ao Estado na terça-feira, 14. Até o momento, 57 suspeitos foram presos, sendo um deles um adolescente, oito foragidos da Justiça recapturados, dois tornozelados e um ferido, que foi encaminhado a uma unidade de saúde. Além das detenções, foram apreendidas 15 armas de fogo e quatro simulacros, 46 artefatos explosivos, dez galões de gasolina, cinco motos, dois carros, além de dinheiro, drogas e munições. As ações policiais deixaram dois mortos, sendo um suspeito de realizar atos de vandalismo e o outro um líder de uma facção do Estado. Uma terceira vítima, um comerciante inocente, ainda não tem relação direta com a onda de violência, segundo a polícia, que investiga a morte.
Segundo o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do RN, coronel Francisco Canindé, a onda de violência foi motivada por insatisfações de presidiários com o sistema carcerário, tendo sido comandada de dentro das prisões. “Algumas lideranças de organizações criminosas estão reclamando com o tratamento dado dentro do sistema prisional. O sistema prisional do Rio Grande do Norte é um sistema controlado dentro dos presídios, e muitas dessas pessoas querem benefícios. A Lei de Execução Penal está sendo cumprida no RN, então o que for a mais não está dentro do ordenamento jurídico”, afirmou. Além disso, ele disse acreditar ainda que as ações criminosas também tenham sido realizadas em resposta a uma operação policial realizada há 15 dias, com grandes apreensões de drogas e detenções de líderes de facções.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, atendeu a um pedido da governadora Fátima Bezerra (PT) e autorizou, na noite desta quarta, 15, que seja feito o emprego da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária no RN, segundo ele, não se trata de uma intervenção federal no Estado, mas de um apoio ilimitado ao governo estadual. “Esse apoio é ilimitado. Nós estamos chegando com outros contingentes, vamos chegar a 220 integrantes. Inclusive o comandante da Força Nacional está lá no RN. O secretário nacional de Segurança Pública também vai lá nesta semana. Tenho falado com a governadora duas, três, vezes por dia. Se for necessário colocar 400, 500, 600, 800 policiais, nós vamos colocar, para apoiar o RN, porque nós não vamos permitir que territórios sejam entregues a práticas criminosas”, afirmou o ministro em entrevista à CNN Brasil na noite da quarta.
Dezoito estados e o Distrito Federal (DF) não forneceram dados sobre violência contra as mulheres, em descumprimento à Lei Acesso à Informação (LAI). Entre eles, Acre, Paraíba e Santa Catarina negaram completamente o acesso aos seus indicadores estaduais. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e DF não responderam aos pedidos de envio dos indicadores. O mapeamento faz parte de uma parceria entre o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal, a empresa social Gênero e Número e o Instituto Avon. Os pedidos de dados de segurança aos estados e ao Distrito Federal foram encaminhados pela Gênero e Número, em meados de 2022. Em resposta, Maranhão, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, e Rio Grande do Sul enviaram informações insuficientes. Apenas os estados de Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Ceará, São Paulo e Espírito Santo mandaram os dados completos conforme solicitado. “Como somos do Senado, a gente tem feito um trabalho de procurar os senadores desses estados que ainda não enviaram [os dados] para pedir esse reforço junto aos secretários de Segurança estaduais, para ver se a gente consegue esses dados e dar continuidade ao projeto”, disse a coordenadora do Observatório da Mulher no Senado Federal, Maria Teresa Prado, em entrevista à Agência Brasil. A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os estados que não apresentaram as informações solicitadas para ouvir seus posicionamentos, mas até a publicação deste conteúdo não recebeu resposta.
Levantamento
A parceria surgiu da necessidade de unificar, organizar, analisar e monitorar estatísticas públicas nacionais sobre violência contra mulheres. O primeiro caminho da pesquisa foi utilizar a LAI para pedir às unidades federativas dados sobre segurança pública, especialmente, dos registros de ocorrência e feminicídios, e ainda das chamadas para a Polícia Militar. O projeto partiu do entendimento que, para a pesquisa, era preciso fazer o mapeamento dos dados pelos integrantes da parceria e, assim, garantir “a transparência e a disponibilidade de bases sobre violência contra as mulheres em diferentes setores: saúde, segurança pública, justiça, entre outros”. A intenção era assegurar o cumprimento da lei, que garante acesso aos dados a todos os cidadãos de forma igualitária. “A gente quer trabalhar a qualidade desses dados gerais de violência contra mulher para que eles sejam melhorados. É nessa linha que a gente quer trabalhar com essa parceria”, pontuou a coordenadora do Observatório da Mulher no Senado Federal. Segundo a coordenadora de Projetos, Pesquisa e Impacto do Instituto Avon, Beatriz Accioly, por meio dessas informações será possível entender qual o cenário brasileiro em relação à violência contra a mulher: “O projeto é de criar esse repositório [de dados] que vai estar hospedado em [uma extensão] .gov, ou seja, vai ter uma plataforma oficial ligada ao Senado Federal.” Beatriz acrescenta que essa consolidação de dados já ocorreu com o DataSUS em relação à saúde da mulher. No entanto, as informações relativas à segurança pública ainda não têm uma plataforma de fácil acesso, destacou.
Padronização
De acordo com a coordenadora do Observatório da Mulher, a ideia é trabalhar em cima da conscientização sobre a importância desse levantamento. “A gente sabe que são vários impedimentos, desde a pessoa que preenche o boletim, o fato de ter um formulário único. São várias questões para serem tratadas e [é importante que] isso seja resolvido para que a gente tenha um banco de dados”, diz Maria Teresa, acrescentando que além de virem, muitas vezes, incompletos, os dados são organizados de forma diferente em cada estado. De acordo com os pesquisadores, o trabalho seria mais fácil se as unidades da federação e o Distrito Federal tivessem uma padronização. Maria Teresa lembrou que, em 2021, foi aprovada a lei que criou a Política Nacional de Dados e Informações Relacionadas à Violência contra as Mulheres (PNAINFO), mas ainda precisa de regulamentação para entrar em prática.
“O que é chocante é a gente ver que os dados de feminicídio são altos, mas pensar que existe uma subnotificação muito grande. Se fosse real, ainda seria muito maior”, completou Maria Teresa.
Políticas públicas
A coordenadora do observatório espera que, com as medidas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para garantir mais segurança e direitos das mulheres, as pesquisas evoluam com maior disponibilidade de dados que vão favorecer a elaboração de políticas públicas. “Tenho muita esperança que sim. Só o fato de ter o Ministério da Mulher e ter as ações anunciadas que perpassam todos os ministérios. Colocar a questão da mulher como questão transversal aos ministérios acho que foi muito importante. Agora cabe a gente cobrar tudo que estava ali. Tudo indica que o tema vai ser priorizado”, afirmou Maria Teresa. Na visão de Beatriz Accioly, o dado é um instrumento para possibilitar análises, diagnósticos, direcionar recursos e tomar decisões. “Para isso é que deve ser utilizado, mesmo que não tenha a qualidade que se procura. A gente tem que trabalhar nas duas frentes: buscar a qualidade, a transparência, mas também utilizar os que tem na medida do possível para orientar as políticas públicas”, apontou.
Dependências financeira e emocional são fatores que fazem as mulheres permanecerem próximas de seus agressores em alguns casos
Em 2022, 18,6 milhões de mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no Brasil. O número é equivalente a um estádio de futebol com capacidade para 50 mil pessoas por dia. Pelo menos 10 vezes o tamanho do estádio Conde Rodolfo Crespi, do clube Juventus, em São Paulo. Por minuto, 14 mulheres foram agredidas no mesmo ano. Dentre elas, 45% ficaram em silêncio. Os dados são de uma pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Dentre as vítimas, cada uma delas foi agredida, em média, quatro vezes em 2022. Já entre as mulheres divorciadas, a média subiu para nove agressões. De acordo com a delegada Raquel Gallinati, diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, muitos fatores explicam porque, em alguns casos, as vítimas não buscam ajuda. Os principais envolvem dependência financeira e emocional. “A codependência financeira do agressor, claro, é um fator, um obstáculo para que aquela mulher possa tomar providência e romper aquele relacionamento, mas não é o que prepondera, é a codependência emocional e psicológica por aquele agressor. A mulher está emocionalmente vulnerável e refém. Ela nutre um sentimento de amor, de admiração por aquele que é o próprio algoz”, comenta a delegada. Ainda segundo a delegada, os agressores costumam apresentar o mesmo padrão de comportamento: “Quando a mulher é vítima e está nesse relacionamento criminoso, violento, doentio. Ela iniciou esse relacionamento como se fosse um conto de fadas. Todo relacionamento criminoso, abusivo, se inicia como um conto de fadas. Afinal, esse agressor não vai conquistar essa mulher já esbofetando ela ou agredindo verbalmente e moralmente. Ela é conquistada por aquele que se coloca como um príncipe encantado. E, aí, gradativamente, essas violências surgem.”
Em relação a casos de violência sexual, o Brasil atingiu o maior índice da série histórica em 2022, com 46,7% das mulheres tendo sido vítimas desse crime. Dentre elas, 33,4% das mulheres com mais de 16 anos sofreram violência sexual de parceiros íntimos ou ex-companheiros em algum momento da vida. A taxa é muito superior à média global, de 27%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Os crimes sexuais são reflexos primeiro da situação de crueldade, de psicopatia do agressor. Ele trata a mulher como se fosse um objeto, objeto de satisfação sexual próprio. Ele não a trata mais como um ser humano que tem emoções, sentimentos. Quando ele agride aquela mulher de forma sexual, de N crimes sexuais que existem, chegando aos mais drásticos, que é o crime de estupro, aquele homem não trata aquela mulher como ser humano”, diz a delegada. Em casos de violência, a vítima pode solicitar ao delegado de polícia ou ao promotor de justiça uma medida protetiva contra o agressor. O boletim de ocorrência pode ser registrado pela internet. Caso a medida seja descumprida, a polícia ou a guarda municipal devem ser acionadas imediatamente.
Para a desembargadora Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo, três fatores explicam o aumento de todas as formas de violência contra a mulher em 2022: “Uma é a falta de investimento do governo federal no último ano, que tem essa obrigação de manter políticas públicas para tentar, de alguma forma, evitar esse tipo de criminalidade. O Brasil faz parte de pactos internacionais e, além de violência doméstica, eles impõem não só o combate a esse tipo de criminalidade, mas, principalmente, investimento para que se evite esse tipo de criminalidade; outra situação foi o fim do estado pandêmico, já que esse estudo coloca que, pelo menos, quase 50% das mulheres são vítimas de violência dentro de seus próprios lares, e os agressores são pessoas com quem ela convive; e um terceiro ponto, eu acho que as vítimas aprenderam a denunciar, a movimentar o sistema de Justiça, levando a ele os fatos envolvendo violência”. Segundo ela, além do investimento em políticas públicas para que o ciclo de violência seja quebrado, é preciso que a mulher receba apoios emocional, psicológico e financeiro: “A mulher ter a coragem, primeiro, de sair da casa dela com os filhos, procurar uma fundação, uma casa acolhedora e, dentro dessa casa, ela receber uma estrutura emocional e psicológica e aprender a lidar com o dinheiro, que parte do patrimônio, se ela for casada em comunhão de bens, é dela, e se não for dela, é dos filhos”.
“Ele só não me matou naquele dia porque ele não me achou mesmo, porque eu me escondi. Se ele tivesse me achado, ele teria me matado. Hoje, faz 4 anos e dois meses que a gente está separado. No começo, ele falava que se eu largasse ele, ele não iria deixar eu levar as crianças. Por isso que eu fui ficando. Falava que ia me matar. Mesmo eu estando separada dele, ele vinha, me cobrava, falava que eu tinha que dar satisfação para ele. Sempre me ameaçou de morte. Eu não tenho mais vida. Nesses 4 anos que me livrei dele, eu não tenho vida”, conta uma mulher vítima de violência que não teve a identidade revelada por questão de segurança. Uma câmera registrou o momento em que o ex-marido dela buscou por ela pela última vez. Nas imagens, ele passa de moto duas vezes pela frente da residência dela. Na segunda, ele faz disparos para o alto com uma arma de fogo. Emerson Adonis Imazaki Otero, de 41 anos, nunca aceitou o fim do relacionamento com a mulher com quem foi casado e teve dois filhos. “A primeira protetiva que eu pedi foi porque eu fui levar a minha filha na creche e eu não tinha mais nada para falar com ele. Foi me cercando, batendo no meu carro com a moto dele. Me puxava para fora do carro. Nesse dia, meu pai estava comigo. Ele só parou porque fui parar dentro de um posto policial, perto da escola, tremendo, ele só parou por causa disso”, relata a mulher sobre uma das ocorrências e ameaças sofridas. “Ele sacou a arma, mirou no peito do meu pai e falou que se ele quisesse ele me mataria agora”, continua. Poucas horas depois de ter ido atrás da vítima, Emerson foi encontrado e preso. A polícia também localizou a arma usada por ele. Apesar disso, a mulher teme que ele seja solto e decida se vingar. “Ele só não me matou ainda porque ele não me achou, mas na hora que der certo, ele vai me matar”, finaliza.
Pelo quarto ano consecutivo, a Bahia é líder em mortes violentas no Brasil. De acordo com o mais recente relatório do Monitor da Violência divulgado na terça-feira (28), foram contabilizadas 5.124 mortes violentas no estado em 2022, levando em consideração feminicídios (quando as vítimas são mortas na condição de mulheres), homicídios dolosos (quando o assassinato é intencional), latrocínios (quando a vítima é assassinada para que o roubo seja concluído) e lesões corporais seguidas de morte. Os dados apontam uma média de 427 assassinatos por mês, o que corresponde a 14 por dia. As mortes violentas na Bahia representam uma fatia de 12,5% de todos os casos no Brasil: 41.069. Se comparado com 2021, quando 5.099 mortes violentas foram registradas em solo baiano, o aumento foi de 0,5%, indo na contramão do país, que registrou queda de 1%. No ano passado o Brasil registrou 40,8 mil mortes violentas. Apesar de alto, este é o menor número da série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta os dados desde 2007, e do Monitor da Violência, que coleta desde 2018. É o segundo ano seguido que isso acontece: em 2021, foram 41,2 mil mortes. Ao analisar a quantidade de habitantes do estado no mesmo ano, um total de 14.985.284 pessoas, a Bahia contabilizou 34,2 mortes violentas por cada grupo de 100 mil habitantes. Também é possível observar que a cada 2.923 pessoas na Bahia, uma foi assassinada. Ainda de acordo com o levantamento, além da Bahia, outros três estados brasileiros registraram mais de três mil mortes no último ano: Pernambuco (3.420), também no Nordeste, São Paulo (3.316) e Rio de Janeiro (3.141), ambos no Sudeste brasileiro. Os estados de Roraima (183), Acre (216) e Amapá (226), todos na região Norte, tiveram menores quantidades de registros. O levantamento, que compila os dados mês a mês, faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A Policia Civil solicitou, nesta sexta-feira (25), a decretação da prisão preventiva do comerciante Alan Cerqueira, de 30 anos, denunciado por violência doméstica contra Beatriz Aragão, de 25 anos. A jovem aparece em um vídeo, publicado nas redes sociais, sendo espancada fisicamente pelo rapaz. O suspeito está sendo procurado pela polícia. A prisão foi solicitada à 2ª Vara Crime de Porto Seguro, no extremo-sul da Bahia, pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher. Um inquérito investiga as agressões ocorridas na casa onde o acusado morava com Beatriz Aragão, no distrito de Arraial d’Ajuda. A vítima foi ouvida nesta sexta-feira pela polícia. Alan Cerqueira será indiciado com base na Lei Maria da Penha, por violência física, psicológica e verbal. O vídeo mostrando as agressões gravadas pela própria vítima, que estava ao lado de uma criança. Segundo a RBN e de acordo com a polícia, a jovem relatou que estava cansada de apanhar do companheiro e, no ano passado, chegou a registrar um boletim denunciando a violência, mas, com medo, acabou reatando o relacionamento.
A tentativa de atropelamento foi registrada neste domingo (20), às 18h58, pelas câmeras de segurança em frente ao Quartel General do Comando Militar da Amazônia, em uma avenida movimentada de Manaus/AM. Centenas de patriotas estavam em frente ao portão principal da área militar, vestindo verde e amarelo e com bandeiras do Brasil, em um ato pacífico que ocupava a calçada.
A faixa da direita estava parcialmente bloqueada, por iniciativa das Forças Armadas, como medida de proteção dos civis, com cones ao longo de toda a extensão da avenida. Mas repentinamente, surge um automóvel. O motorista tenta, no primeiro momento, atingir as pessoas. Eem seguida, passa a mirar os cones, atirando-os contra os manifestantes. Segundo Boletim de Ocorrência registrado no 19º DIP, o condutor era Hugo Medeiros de Andrade, de 34 anos. Localizado, foi preso em flagrante por dirigir alcoolizado, sem habilitação, e condução de veiculo de forma ameaçadora e perigosa. Uma cena que, por muito pouco não termina em tragédia. Seria só mais uma, entre tantas já protagonizadas por esquerdopatas e apoiadores do ex-presidiário!
Um ex-soldado entrou armado na Companhia de Comando da 6ª Região Militar, no bairro da Mouraria, em Salvador, e efetuou disparos nesta quarta-feira (28). De acordo com a assessoria de imprensa do Exército Brasileiro, o subtenente Carlos André de Souza Paschoal foi baleado, e morreu. Uma ambulância entrou no quartel, resgatou Pascoal e depois saiu pelos fundos. O autor dos disparos, de 23 anos, foi imobilizado e preso em flagrante. De acordo com testemunhas, o ex-soldado fez dois disparos. Ainda não há informações sobre a motivação do crime, nem se o atirador tinha algum alvo. “Ele se apresentou e entrou tranquilamente. Lá dentro ele fez os disparos. Não temos como saber se foi planejado”, disse outra testemunha que estava próximo ao local e também preferiu não se identificar. Segundo comerciantes próximos, a bandeira do Brasil chegou a ficar hasteada pela metade, indicando luto, por cerca de uma hora, durante a tarde. No entanto, pouco tempo depois, ela retornou à posição original. “Eu cheguei aqui um pouco depois dos disparos e vi a bandeira parada no meio. Depois disso, suspenderam de novo”, diz um homem que trabalha na região e não quis se identificar. O Comando da 6ª Região Militar, através de nota de pesar, afirmou que prestará todo o apoio e assistência necessários aos familiares da vítima.