Uma explosão em uma mina da ArcelorMittal, no sábado, 28, no Cazaquistão, causou a morte de ao menos 42 pessoas, segundo um novo relatório divulgado neste domingo, 29, pelas autoridades. “Às 15h00 (06h00 em Brasília), foram encontrados os corpos de 42 mineradores, as buscas por outros quatro mineradores continuam”, indicou o Ministério de Situações de Emergência. As chances de encontrar vivos os quatro mineradores desaparecidos são quase inexistentes, alertaram as autoridades. O último balanço apontava 36 mortos e 10 desaparecidos. O governo cazaque declarou um dia de luto nacional pela explosão de grisu e anunciou a nacionalização da subsidiária local da gigante siderúrgica, que já acumulava uma longa lista de tragédias. Segundo a pasta, as buscas são difíceis devido à falta de energia elétrica, à extensão dos túneis e ao fato de vários deles estarem inundados.
Imediatamente após o anúncio do acidente na manhã de sábado, o presidente do Cazaquistão, Kasym-Jomart Tokayev, ordenou “encerrar a cooperação” com o grupo. Na presença das famílias das vítimas em Karaganda, Tokayev chamou a ArcelorMittal de “a pior empresa da história do Cazaquistão do ponto de vista da cooperação com o governo”. O governo cazaque e a gigante siderúrgica, liderada pela indiana Lakshmi Mittal e com sede no Luxemburgo, anunciaram um acordo preliminar para “transferir a propriedade da empresa para a República do Cazaquistão”. No entanto, a subsidiária cazaque do grupo, ArcelorMittal Temirtau, afirmou neste domingo que o acordo foi assinado “na semana passada”. Neste domingo, as bandeiras do Cazaquistão foram hasteadas a meio mastro para marcar um dia nacional de luto.
Antes desta última tragédia, doze funcionários da ArcelorMittal no Cazaquistão morreram em acidentes em menos de um ano e, em 2023, as autoridades registraram quase 1.000 violações das normas de segurança industrial nas minas da empresa. Este é o pior acidente de mineração no Cazaquistão desde 2006, quando 41 mineradores morreram em outra instalação da ArcelorMittal, e ocorreu dois meses depois de cinco trabalhadores terem morrido em uma explosão no verão passado. Desde a queda da União Soviética em 1991, cerca de 200 mineradores perderam a vida no Cazaquistão, a grande maioria nas minas desse grupo. (jp)