Por Olívia Coutinho
A palavra de Deus, que chega até a nós, no evangelho de hoje, nos apresenta o relato de mais uma cura realizada por Jesus. Jesus está à caminho de Jerusalém e uma multidão o segue. Ao aproximar-se de Jericó, Ele sente ecoar em seus ouvidos, um pedido de socorro. Era o grito, de um cego, um cego, cuja a cegueira, era apenas a privação de um dos seus sentidos, ou seja, uma cegueira física e não espiritual. Sentado à beira do caminho a pedir esmola, este cego, intitulado como o cego de Jericó, percebe o que muitos, ainda hoje, não conseguem perceber: a passagem de Jesus pela sua vida. A fé do cego de jerico, ainda que imperfeita, era muito mais luminosa do que as vistas de muitos que enxergam fisicamente, pois ele reconheceu Jesus em meio a uma multidão e mesmo sem enxerga-lo fisicamente, ele sentiu a sua presença iluminadora… O grito deste cego, incomodou os que queriam reter Jesus só para si, no caso, os seus discípulos, mas quanto mais eles tentavam calar a sua voz, mais alto, o cego gritava: “Filho de Davi tende piedade de mim”! E este grito de fé, chegou aos ouvidos e ao coração de Jesus! Tomado pela a compaixão, Jesus diz: “Chamai-o!” O interessante, é que os mesmos que tentavam calar a voz daquele cego, o encorajavam: “Coragem, levante-te, porque Jesus está chamando você”. Movido pela a fé, o cego, larga tudo o que possuía, isto é: apenas um manto e vai ao encontro de Jesus. Dirigindo-lhe a palavra, Jesus pergunta-o: “O que você quer que eu faça por ti?” O cego respondeu: “Senhor, eu quero enxergar de novo!” A resposta de Jesus, como sempre, foi uma resposta de amor: “Vai a tua fé te salvou.” E no mesmo instante, aquele, que era cego, passou a enxergar. Completamente restabelecido de sua deficiência, ele sente devolvida a sua dignidade e como resposta, ele faz do caminho de Jesus, o seu caminho, tornando um modelo para todos nós, que as vezes, tentamos, por conveniência, escondermos atrás de uma falsa deficiência visual, para não enxergar o irmão que sofre… Ao enxergar de novo, aquele, que era cego, sente-se ampliar também, a sua visão espiritual, ele não foi embora, para viver a vida à sua maneira, passou a seguir Jesus, não ficando mais sentado à beira do caminho, mas à caminho… Nesta cultura do aceleramento em que vivemos, raramente paramos para ouvir o clamor do irmão que sofre os que estão abandonados pelas periferias da vida. E quantos de nós, que nos intitulamos como seguidores de Jesus, esbarramos nestes irmãos, mas fingimos não os ver, achando mais conveniente ignorá-los, do que ajuda-los. Precisamos rever a nossa postura diante dos que sofrem, afinal, como Filhos do mesmo Pai, irmãos em Cristo, somos corresponsáveis pela vida do outro. Ser indiferente aos irmãos que sofrem, é ser indiferente ao próprio Jesus…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho