Vendo o horário político na TV, é fácil concluir que o nível dos candidatos postulantes é muito baixo e o palavreado condiz com o seu nível de ignorância,além dos seus nomes esdrúxulos.
Mesmo, em grandes capitais, há muitos pretendentes com esse perfil. Nem a capital paulista, escapa.
Agora imagine por esse interior afora, municípios de menos de 10 mil habitantes, carentes em tudo, vivendo com verbas repassadas, sem condições de autossustentabilidade!
Mas custeiam, no mínimo 9 vereadores, os de até 9 mil habitantes, que tem lá as suas mordomias e muitos ainda arranjam uma “boquinha” para seus familiares.
Nessa situação de baixa densidade, o Brasil tem 2.466 municípios, significando um contingente de 85.194 vereadores pesando nos parcos recursos, em detrimento dos serviços para uma população carente.
Não vamos falar em desvios, maracutaias, conchavos e má aplicação dos recursos; esqueçamos.
Eu tenho uma ideia. Muitos dirão ser antidemocrática, elitista ou discriminatória. Mas me arrisco.
Uma mudança na nossa constituição, que foi cidadã por demais, na qual seria inserido: Municípios de menos de 10 mil habitantes não teriam prefeitos e, consequentemente, vereadores.
Seriam administrados por gestores federais, com pós-graduação em gerência pública, pela Fundação Getúlio Vargas, por um certo período, com a função de planejar, organizar e formar pessoas locais para, quando a comunidade atingisse um nível de autossustentação financeira, educacional e gerencial, pudesse conduzir seu próprio destino, preparada para um novo horizonte.
Funcionários públicos do Ministério de Planejamento com essa missão ampla, sem quaisquer vínculos políticos com o governo estadual, com carta branca, prestando informações a este e interagindo com o eu Ministério de origem, num período mínimo de 5 anos, sendo substituído por outro colega à medida da continuidade requerida.
Só assim, aos poucos iria ser criada uma consciência do que é o bem público, formando cidadãos e cidadãs com aptidão para saber escolher seus líderes e exigir seus direitos. (Maceió, 07.09.2.024)
*Luiz Ferreira da Silva, 87, Engenheiro agrônomo e Escritor; pesquisador aposentado da CEPLAC/BA.