Presa há três meses acusada da morte do seu filho, Henry Borel, a professora Monique Medeiros afirmou que acredita que a criança tenha falecido para que a justiça fosse feita nos outros casos de agressões cometidas por Dr.Jairinho e para que as mulheres tivessem coragem de denunciar os crimes. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (5) em entrevista ao jornal O Globo. “Acredito que a Justiça vai ser feita e que eu vou conseguir provar a minha inocência. Mas sei também que viverei num luto eterno, porque mesmo que haja Justiça, meu filho não vai mais voltar”, disse a professora. Monique divide com outra mulher uma cela de oito metros quadrados do Instituto Penal Ismael Silveiro, em Niterói, Justiça. Ela e o companheiro, Dr. Jairinho, são réus pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado contra o menino de 4 anos. De acordo com O Globo, Monique tem certeza de que vai conseguir provar sua inocência no caso e contou que os seus dias da prisão têm sido “muito difíceis”. “Na verdade, o que sinto é que minha vida foi completamente destruída — não só a liberdade, mas perdi também meu bem maior, o meu amor, o meu filho”, afirmou. Monique explicou ainda que ela começou a brigar com Dr.Jairinho depois que os dois foram morar juntos, principalmente porque a adaptação de Henry à nova casa não foi fácil. “Ele [Henry] não conseguia dormir sozinho no quarto, e o Jairinho passou a reclamar disso, dizer que ele era mimado. Passamos a brigar por isso e também pelo ciúme excessivo dele, que queria controlar minhas redes sociais e meu celular”. “Moramos somente dois meses juntos, mas foi o tempo suficiente para ele ter acabado com o meu mundo”, declarou a professora sobre Jairinho.
Acusações de torturas e morte de Henry
Monique explicou ao jornal O Globo que nunca teve conhecimento de que seu filho estava sendo agredido ou sofrendo algum tipo de tortura psicológica por parte de Jairinho. “Sabia que o primeiro passo era ter a violência atestada por um profissional médico. No dia seguinte ao Henry e a babá terem me ligado quando estava no salão, eu o levei ao hospital, mas nenhuma lesão foi identificada. Ele era muito branquinho, eu nunca vi nenhum hematoma, nenhum machucado”, explicou. Monique explicou ainda que só corroborou com o que Jairinho disse em depoimento porque não sabia de nada. “Eu realmente peguei meu filho nos braços, com os olhinhos abertos, achando que ele estava vivo e tinha sofrido um acidente doméstico. Eu não imaginava o que podia ter acontecido”. A mãe da criança contou que só se deu conta do que realmente tinha acontecido quando chegou na cadeia.