Hoje, vamos apresentar a poesia de Joselito Reis, intitulada “LOUCOS…”. Trata-se de uma obra prima, relembrando personagens da história de Itabuna, que marcaram época e que, certamente, vai provocar recordações a muitos itabunenses, numa prova inequívoca de que nossa história é riquíssima em personagens representantes de todas as classes sociais em uma época sem qualquer distinção, exclusão ou restrição de preferência, que se baseasse em qualquer fundamento como a cultura, a origem étnica, a nacionalidade, a orientação sexual, a religião, a deficiência física, etc.. Joselito é poeta, redator do blog expressaounica, idealizador e fundador do Clube do Poeta do Sul da Bahia e colaborador deste site.
Loucos…
A molecada adorava atentar
Os supostos doidos
Expostos nas ruas de Itabuna
A cidade se desenvolvia…
Joao Bode, Jipe, Ana…
Nas praças, nas rodovias…
E Nelson que fumava um cigarro em duas tragadas…
Com um cobertor
Sob as marquises dormia…
Cecília, atacava as escolas do Mangabinha
Ainda Paxá e Zéis
Lampião, no Conceição
E no Vila Zara, Mirréis…
Também sofriam…
Negão Paraiba do caroço
No pescoço, falava sozinho…
Era uma alvoroço!
No Cajueiro, João Calça Frouxa…
Com as raparigas sorria…
Depois os moleques davam no pe!
Muito diferente das loucuras de hoje, resumidas nos versos rimados de um louco intelectual;”Maia!”
Sofredor da vida
Reflexo de uma sociedade hostil…
Internado num Albergue qualquer da cidade
Alheio, ainda, sonhando em ser feliz.
Joselito dos Reis