Secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro criticou a historiografia nacional que diminui a importância do Dois de Julho no processo de independência do Brasil. Durante a saída do cortejo do Largo da Lapinha até o Terreiro de Jesus, Bruno lembrou que “a história oficial é contada pela lógica dos que nos colonizaram”, em tom de lamentação. “Eles pintaram um quadro cinza dessa história. O que estamos fazendo agora é dando cor. A cor do povo, a cor da nossa gente, que é quem construiu de fato a história da independência. E esse apagamento, quando se conta uma visão romantizada da independência, também tem muito a ver com os apagamentos que querem se fazer sobre o nosso povo nos dias atuais também”, indicou o titular da Secult, citando, em mais de uma oportunidade, a importância de “mulheres, negros, indígenas, caboclos e caboclas” para romper com Portugal em 1823. Monteiro também indica também a necessidade de resgatar a história real, por meio de uma “ressignificação” da história da independência do Brasil: “não aquela história contada oficialmente do grito de independência às margens plácidas do Ipiranga, mas a partir da lógica de como aconteceu, que foi a partir da luta do povo baiano”. “Estamos celebrando essa história, resgatando esses acontecimentos como um grande legado para a população, para que todas as gerações tenham contato com essa história, com a verdadeira história da independência do Brasil na Bahia e aí eu destaco muito o nosso trabalho junto a educação, levando esse tema para as salas de aula, para o ambiente escolar, mas sobretudo com o simbolismo do empoderamento do povo neste momento também”, avalia.
ROTA NO INTERIOR
O secretário ainda ressaltou o trabalho desenvolvido a partir do projeto “Rota Bahia Memórias de Luta e Liberdade”, que chegou a Salvador após passagens por Santo Amaro, Saubara e Cachoeira. “Todas elas com uma grande programação cívica, de educação, uma ocupação cultural das cidades inaugurando um marco em cada uma dessas cidades contando o que aconteceu nessa localidade para consolidação da independência. Nós temos até o dia 14 de julho com essa rota, mas ainda seguirá nas escolas e nas universidades até o final do ano”, detalhou.(BN)