O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a decisão do Copom em manter a taxa básica de juros em 10,50% ao ano, após sete cortes consecutivos. Segundo o presidente, essa medida prejudica o Brasil e o povo brasileiro, pois reduz a capacidade de investimento no país. Lula criticou a gestão do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — a quem chamou de “esse rapaz” —, e a autonomia da instituição. “Uma pena que o Copom manteve, porque quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro. Quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro a gente tem para investir aqui dentro. Isso tem que ser tratado como gasto”, disse o petista.
Na quarta-feira, o Copom decidiu por unanimidade manter a Selic em 10,50% ao ano, mesmo com os apelos de Lula por juros mais baixos. A decisão foi unânime entre os nove integrantes do comitê, em contraste com a reunião anterior, que terminou com uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa. Lula questionou a autonomia do Banco Central e a gestão de Campos Neto, comparando-o ao ex-juiz Sergio Moro. O ex-presidente Jair Bolsonaro sancionou em 2021 uma lei que estabeleceu mandatos fixos de quatro anos para o presidente e diretores do BC, não coincidentes com o do presidente da República. Lula destacou que, durante sua gestão, o ex-ministro Meirelles tinha autonomia, mas podia ser retirado, ao contrário do que acontece atualmente. O presidente criticou a atuação da autarquia e a taxa de juros vigente.
Lula reiterou suas críticas ao presidente do Banco Central, afirmando que o comportamento da instituição é o único aspecto “desajustado” na economia do país. O ex-presidente destacou que Campos Neto não demonstra capacidade de autonomia e tem um viés político em suas decisões. Para Lula, a taxa de juros atual não tem justificativa e prejudica mais do que ajuda o país. “Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, declarou o presidente da República.
Publicada por Felipe Cerqueira/JP