(foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
O presidente Jair Bolsonaro vai discutir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, as medidas ideias a serem adotadas para atenuar a alta dos combustíveis depois do assassinato do general iraniano Qasem Soleimani, em ação militar orquestrado pelos Estados Unidos em um aeroporto de Bagdá. O preço do barril de petróleo do tipo Brent registra crescimento médio de 3,98% e está cotado a cerca de US$ 69 no mercado financeiro.A alta do custo do barril de petróleo atinge diretamente o Brasil. Desde 2017, a Petrobras adota uma política que repassa ao preço da gasolina e do diesel nas refinarias a variação da cotação internacional do petróleo. Ou seja, se o valor sobe no exterior, os combustíveis tendem, também, a subir no mercado interno. É uma forma da estatal de preservar os lucros sob a ótica da exportação e importação.O avanço do preço do barril de petróleo está associado aos temores do mercado em relação aos conflitos comerciais e militares que podem ocorrer como resposta à ação dos EUA. O Irã, quinto maior produtor mundial de petróleo, está situado em uma região asiática de grande produção da commodity. No caso do Brasil, pesa não somente os impactos que a alta do petróleo deve acarretar ao custo da gasolina e do diesel, como, também, deixa em suspense o caminho da política externa a ser adotado no atual cenário. Irã e Estados Unidos são dois importantes parceiros comerciais.Juízo de valorPor ora, Bolsonaro vai ouvir seus ministros e principais conselheiros para, depois, tomar alguma decisão. “Tive algumas informações ontem a noite, de madrugada, e vou me encontrar, agora pela manhã, com o general Heleno (ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional) para me inteirar do que realmente aconteceu e, daí, poder emitir meu juízo de valor”, explicou. Ele admitiu, contudo, que a tendência é do preço dos combustíveis subir no mercado interno. “Que vai impactar, vai. Agora, vamos ver nosso limite aqui. Porque, se subir — e já está alto o combustível — muito, complica”, reconheceu.O presidente tentou conversar com o presidente da Petrobras e o chefe da equipe econômica nesta manhã, mas sem sucesso. Disse, contudo, que retomará o contato. “Tentei falar com o Castello Branco e ele não me atendeu, deve estar em alguma reunião. Tentei falar com o Paulo Guedes e também não me atendeu. Vou falar no caminho, agora, para o hospital. Quero ter as informações deles”, disse, antes de ir visitar a mulher, Michelle Bolsonaro, que está internada no Hospital DF Star. (correio braziliense)